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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Informação é a chave

Procura por mamografia cresce no Brasil após campanha Outubro Rosa

Mastologista Rafaela Cecílio Sahium destaca que todos os exames de imagem servem para detectar as lesões não palpáveis, antes de aparecer os sintomas

Postado em 14 de outubro de 2022 por Elysia Cardoso

A campanha Outubro Rosa faz efeito. Estudo publicado recentemente apontou que ela aumenta o número de mamografias realizadas em outubro, novembro e dezembro no Sistema Único de Saúde (SUS). Os índices de alta são de 33%, 39% e 22%, respectivamente, segundo a pesquisa internacional ‘Does Pink October really impact breast cancer screening?’, feita também por cientistas brasileiros. Foram analisados dados de janeiro de 2017 a dezembro de 2021, com comparação dos quatro trimestres do ano.

Contudo, o levantamento ainda aponta valores abaixo da média mensal nos demais meses do ano. A mastologista Rafaela Cecílio Sahium, que atende no centro clínico do Órion Complex, reforça os dados da pesquisa e a importância da prevenção. “Acredito que o Outubro Rosa serve para conscientizar as mulheres da importância da realização dos exames das mamas e também do colo de útero a fim de detectar precocemente a doença. Além de incentivá-las a mudar o estilo de vida”. 

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, excluídos os cânceres relacionados a tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o de maior incidência em mulheres. Para 2022, são estimados 66.280 novos casos da doença.

A especialista destaca os sinais que precisam ser observados em relação à enfermidade. “Presença de um nódulo palpável, saída de secreção mamilar espontânea tipo água de rocha, retração cutânea ou retração do mamilo, alteração da textura da pele tipo casca de laranja são os principais sinais. Na presença de um desses sintomas, deve-se procurar o médico imediatamente. Quando esses sinais aparecem, geralmente, o câncer de mama já está mais avançado”, afirma. 

Rafaela Sahium relata que poucas são as mulheres que fazem o autoexame da mama. “A maioria não sabe ou não lembra de realizá-lo e outras praticam de maneira inadequada. Na maioria das vezes, a mulher descobre o caroço casualmente, no banho ou ao se tocar, e até mesmo o parceiro que percebe. O autoexame não detecta o câncer precocemente, mas serve para o autoconhecimento do corpo e a percepção de alguma alteração palpável. Costuma- se realizá-lo sete dias após a menstruação, mensalmente”, explica.

Prevenção

A mastologista ressalta que a alimentação balanceada e a realização de atividades físicas, alinhadas a outros processos, ajudam a prevenir a doença. “Alimentação saudável rica em verduras e frutas, ingestão de menos gordura, manter o peso adequado, diminuir o consumo de bebida alcoólica, fazer atividade física de moderada intensidade cerca de 150 minutos por semana. Adotando essas medidas pode-se reduzir até 28% a incidência de câncer de mama”, explica. 

Por outro lado, ela aponta ainda os pontos de risco: primeira menstruação precoce e menopausa tardia, excesso de peso, sedentarismo, terapia de reposição hormonal, radiação e histórico familiar.

De acordo com a especialista do centro clínico do Órion Complex, é importante também amamentar os filhos para evitar o câncer de mama. “A amamentação é uma forma de prevenção da doença, e quanto mais jovem, mais protegida a mulher estará. O tempo da amamentação influi, quanto mais amamentam, mais previnem a doença”, conta Rafaela, que explica, ainda, que pesquisas indicam que o risco relativo de câncer de mama diminuiu 4,3% para cada 12 meses de aleitamento materno, além de uma diminuição de 7% para cada nascimento. 

Mastectomia

O tratamento contra o câncer de mama evoluiu ao longo dos anos e pode amenizar os efeitos de uma quimioterapia ou da retirada da mama. “No caso de uma mastectomia, a mulher tem o direito de uma reconstrução mamária de imediato, ao menos que o tumor seja localmente avançado e tenha contraindicação. Atualmente, também há a crioterapia, método que contribui para a redução da queda dos fios durante a quimioterapia. Essas terapias são importantes para o psicológico e autoestima da mulher que está com câncer e ajuda a superar esse momento difícil”, detalha Rafaela Sahium. (Especial para O Hoje) 

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