Construção civil deve fechar 2022 com crescimento de 6%, aponta projeção da CBIC
Os resultados do PIB da construção civil no 2º trimestre de 2022 superaram os da economia nacional em todas as bases de comparação
O setor de construção civil no Brasil deve fechar o balanço de 2022 com crescimento de 6%. É o que aponta projeção feita pelo estudo “Desempenho Econômico da Indústria da Construção – terceiro trimestre de 2022”, produzido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e divulgado na terça-feira (1º/11).
De acordo com a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, a projeção anterior para o ano era de 3,5%. “Depois de registrar alta de 9,7% em 2021, era esperado um crescimento de 3,5% neste ano. Entretanto, os números já conhecidos do segundo semestre levaram a uma forte revisão de estimativa. Dessa forma, a construção registrará o segundo ano consecutivo de alta superior à economia nacional, o que não acontecia desde 2012/2013″, destaca Vasconcelos.
O estudo apontou que os resultados do PIB da construção civil no 2º trimestre de 2022 superaram os da economia nacional em todas as bases de comparação e mostraram que o setor apresenta alta há oito trimestres consecutivos. O resultado acumulado em quatro trimestres, comparado com os quatro trimestres anteriores, mostra um crescimento do segmento de 10,5% contra 2,6% do PIB do país.
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, a estimativa de crescimento do PIB do setor em 6% reforça a relevância da construção para o desenvolvimento sustentável do país. “Novamente os números confirmam nossas expectativas e impressionam pela consistência. Quando o Brasil nos dá condição, respondemos com geração de renda, estabilidade social, melhoria da qualidade de vida das pessoas”, enfatizou.
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Reflexos da pandemia
De acordo com o levantamento, o setor superou o patamar de atividades pré-pandemia, mas ainda está longe de alcançar o seu pico de atividades. O nível atual é de 12,5%, superior ao registrado no final de 2019, e também 24,9% maior do que o observado no 2º trimestre de 2020, quando a pandemia efetivamente se instalou no Brasil.
José Carlos Martins destaca a capacidade produtiva do setor e a importância de o novo governo eleito incentivar a construção. “Estamos com o melhor desempenho dos últimos 10 anos, apesar de ainda estarmos abaixo do que já fomos. Temos muitos desafios pela frente, como dar continuidade aos programas habitacionais, deslanchar a infraestrutura, fomentar a infraestrutura de menor investimento, a reforma administrativa, entre outras medidas que podem incentivar o setor que é a âncora da economia nacional”, disse.