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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Política Goiana

O papel das deputadas goianas com ida de Lula ao Alvorada

De um lado, Magda Mofatto e seu antipetismo; do outro, a lealdade de Adriana Accorsi

Postado em 5 de novembro de 2022 por Yago Sales

Ainda é uma incógnita como cada uma das seis deputadas federais eleitas vão se comportar nos próximos quatro anos de gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) no segundo turno, domingo, dia 30 de novembro. 

A mais bem votada, a jornalista Silvye Alves (União Brasil), declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, seguindo o líder da sua legenda, o governador Ronaldo Caiado. Historicamente crítico do lulopetismo, Caiado arregaçou as mangas, como senador, e se mostrou um dos maiores opositores da esquerda, sobretudo quanto à defesa do agronegócio em nível nacional. De olho em uma beirinha na futura gestão do petista, o presidente do UB, Luciano Bivar, no entanto, alardeou que não fará nenhuma oposição a Lula. 

No serpentário político, como gosta de comentar o colunista da Xadrez Wilson Silvestre, Magda Mofatto (PL) se garante como osso duro de roer. Depois da derrota do candidato dela à reeleição – e cobrada nas redes sociais pelos eleitores goianos -, ela foi pessoalmente a uma das concentrações antidemocráticas em rodovias goianas e prometeu ajudar no transporte de insurgentes para irem para frente do Exército no Guanabara, em Goiânia, pedir “intervenção militar”. 

O PL de Waldemar da Costa Neto, contudo, não deve querer soltar a mão da administração federal de uma vez só. Certamente vai tentar, primeiro com algum interlocutor, e depois com o próprio presidente Lula, uma beirinha. Para isso, deve liberar a bancada “bolsonarista” a seguir o rumo que mais lhe for afetuoso. Um aliado de Magda é incisivo: “nem pergunte isso a ela, que deve ficar uma fera se comentar em algum apoio”. A mulher teve tanta moral no núcleo duro do bolsonarismo inserido na esfera federal, que ignorou o candidato ao governo do partido em Goiás, Major Vitor Hugo, e apostou, até a última gota de suor, no ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha (Patriota). 

Quando os números das urnas já davam Lula como o nome que retornaria para o terceiro mandato no dia 1°, a deputada federal reeleita, Flávia Morais (PDT), da forma democrática com que lida com o cargo, reconheceu a vitória e deixou uma mensagem em uma de suas redes sociais: “Continuarei trabalhando firmemente com o próximo presidente”. Embora o partido dela, que garantiu a disputa de Ciro Gomes à Presidência – ele terminou em quarto lugar -, deixasse os filiados à vontade na declaração de votos, Flávia se manteve quase invisível. 

Herdeira política de José Mario Schreiner, a vereadora de Rio Verde, e eleita à Câmara Federal Marussa Boldrin (MDB) deve ser enfática se o PT pisar no calo na questão do agronegócio, uma das pautas que a levou para o Congresso Nacional. Diante da vitória do petista, comentou desejando a Lula “sabedoria para conduzir o País”. 

Um cientista política, em reservado, comentou há duas semanas, que a deputada estadual Lêda Borges (PDSB) chega à Câmara Federal como uma fênix, diante das desvantagens sofridas pelo tucanato desde 2018. Na oposição desde que o seu líder, o ex-governador Marconi Perillo, deixou o Palácio das Esmeraldas, ela é percebida como uma parlamentar ‘madura’, que deve buscar a conciliação, desde que para conseguir continuar com as pautas que defende à população goiana. 

E, por último, uma colega de Lêda na Alego, que também foi eleita deputada federal, Delegada Adriana Accorsi (PT), que não poderia se encaixar bem no Congresso Nacional, como uma voz importante do petismo. Aliás, do próprio Lula, que a credencia ao cargo, como pedido pessoal. Da base do chefe maior, aliada do presidente, Accorsi deve se destacar com uma dimensão tão grande que poderá ser entusiasmada a concorrer à Prefeitura de Goiânia em 2024. 

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