Qual a diferença entre a calvície de homens e mulheres?
Para os homens, o afinamento geralmente ocorre com mais intensidade no topo da cabeça e em regiões látero-frontais (as famosas “entradas”)
A alopecia androgenética (AAG), popularmente conhecida como calvície, é uma doença muito frequente na população, atingindo mais de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil, principalmente os homens. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 5% das mulheres brasileiras também sofrem com a condição.
Segundo o especialista Dr. Álvaro Túlio Fortes, com 8 anos de experiência em transplantes capilares, o problema é mais frequente nos homens devido à maior quantidade de testosterona (hormônio sexual masculino). Eles possuem cerca de 10 vezes mais testosterona e a doença, portanto, é 10 vezes mais severa. Não há uma relação entre o nível de testosterona em si e a calvície. No entanto, um derivado da testosterona, chamado DHT (dihidrotestosterona), é uma das substâncias relacionadas à queda dos cabelos.
O DHT é uma versão super concentrada de testosterona e por isso, uma característica do organismo masculino. Isso não quer dizer que as mulheres não possam produzir esse hormônio, mas quando saudáveis e com equilíbrio hormonal, o comum é que as mulheres neutralizem a testosterona e evitem a conversão para o DHT.
A calvície, é uma doença que leva ao afinamento progressivo dos fios de cabelo, em homens e mulheres, com áreas de falha e rarefação no couro cabeludo. A grande diferença entre a apresentação da doença nos dois gêneros é que, nas mulheres, o afinamento dos fios ocorre de forma difusa, sendo mais visível na região do fronte e na linha média da cabeça. Nelas, a doença é progressiva, porém, não tão gradual e intensa como nos homens.
Para os homens, o afinamento geralmente ocorre com mais intensidade no topo da cabeça ou vértex e regiões látero-frontais (as famosas “entradas”).
Além da queda dos cabelos, na alopecia androgenética, tanto em homens como nas mulheres, ocorre atrofia dos folículos pilosos, as raízes produtoras dos cabelos, e consequentemente os fios produzidos são de pior qualidade.
Com o passar do tempo, os fios não crescem muito, perdem o brilho e ressecam, ficando enfraquecidos e com má aparência.
Leia também: Buscas por remédio para calvície aumentam quase 180% na internet
Tipos e severidade de calvície
O Dr. Álvaro esclarece que a severidade da calvície varia consideravelmente de pessoa para pessoa. Dentre os tipos possíveis, há desde a alopecia androgenética, até a alopecia areata. A areata causa queda em locais específicos do couro cabeludo, ao invés de áreas maiores com perda progressiva de cabelos. Nesse caso se trata de um transtorno autoimune.
A manifestação mais extrema do problema é a alopecia universalis. Essa causa não apenas a perda dos cabelos, como também dos demais pelos do corpo. Assim como na areata, a universalis também trata-se de um transtorno autoimune.
Nos casos mais avançados de queda, o transplante capilar pode ser a melhor opção. A técnica consiste em retirar folículos capilares saudáveis de uma determinada região do corpo e implantá-los, fio a fio, no couro cabeludo, proporcionando um resultado muito natural.
“É importante ressaltar que qualquer patologia capilar deve ser analisada por um especialista, somente o profissional poderá indicar quais os melhores tratamentos em cada caso”, alerta Álvaro Túlio Fortes.
“A causa da queda de cabelos é multifatorial, sendo importante considerar os fatores hormonais e genéticos. O ideal é procurar um especialista aos primeiros sinais da queda capilar a fim de obter um diagnóstico e tratamento precoces, com maior chance de reversão e controle do caso.” finaliza o especialista Álvaro Túlio Fortes.