Buscas por remédio para calvície aumentam quase 180% na internet

Dados da OMS apontam que cerca de 50% dos homens no mundo terão problemas com calvície até os 50 anos de idade

Postado em: 23-08-2022 às 09h24
Por: Ícaro Gonçalves
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Entre os medicamentos para calvície mais pesquisados estão aqueles a base de minoxidil ou finasterida | Foto: Reprodução

Os homens estão mais preocupados com a calvície e buscam por conta própria maneiras de contornar a perda de fios. Isso é o que apontam dados da Semrush, plataforma especializada em métricas de buscas na Internet, que mostram um crescimento nas pesquisas com termos relacionados à “queda capilar” nos últimos dois anos.

De acordo com o levantamento, a busca pela palavra “calvície” aumentou 400% enquanto “remédio calvície” cresceu 176,9%. Entre os medicamentos para calvície mais pesquisados estão aqueles a base de minoxidil ou finasterida, que agem estimulando o crescimento do folículo capilar ou evitando a queda do cabelo devido a alterações hormonais.

Esses remédios podem ser usados por via oral ou aplicados diretamente sobre a pele do couro cabeludo, e só devem ser usados se recomendados pelo médico, uma vez que apresentam algumas contraindicações e podem causar efeitos colaterais. Apesar da importância da prescrição médica, os produtos são vendidos livremente de maneira online em sites nacionais e internacionais.

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Calvície e automedicação

Recentemente, dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF) mostraram que 77% da população brasileira ainda fazem uso da automedicação. Para a médica, é comum ver medicamentos sendo tratados como “melhor” ou “pior” para a calvície, mas essa crença é equivocada.

Conforme Lorena Ávila, médica dermatologista especialista em tricologia, a calvície se trata de uma condição crônica e que o tratamento eficaz sempre precisa ser individualizado.

“Se tratando de uma condição de saúde que envolve mecanismos patológicos, o tratamento não é feito dessa forma. Não existe receita de bolo. Temos o melhor tratamento para aquele determinado paciente, dentro das possibilidades dele, ou seja, a abordagem é individualizada”, pontua.

De acordo com a especialista, é importante entender como funciona a calvície. “Nela, o cabelo cai dentro do padrão natural de queda, mas o próximo fio vai nascendo mais fino e curto, ou seja, vai se tornando uma ‘miniatura’ do cabelo original. Esse processo é chamado de miniaturização. É isso que vamos combater”, explica.

Apesar do senso comum sobre medicamentos melhores ou piores, Lorena Ávila explica que existem diferentes opções de tratamentos e que, o mais comum, é associar medicações para obter o melhor resultado para cada paciente.

Como ela exemplifica, existem medicamentos que vão diminuir a DHT (di-hidrotestosterona), produto da testosterona responsável por afinar os fios, e outros que vão estimular o crescimento dos pelos corporais. Dentre as opções, a dermatologista cita o minoxidil, que se tornou cada vez mais procurado na internet.

“Ele prolonga a fase de crescimento do cabelo, que chamamos de anágena. Com isso, vamos ter mais cabelos terminais, ou seja, vamos ter mais volume de cabelo. Porém, se for usado sozinho no tratamento da calvície, apesar do aumento do volume inicial, com o passar do tempo não vamos manter essa melhora, pois a doença continuará evoluindo”, esclarece.

Outro ponto que a especialista em tricologia salienta é que o tratamento clínico, seja com uso de medicação tópica ou oral, é o padrão ouro. Isso significa que qualquer procedimento deve ser visto como um complemento e não como a primeira opção.

A dermatologista ainda frisa que a calvície é uma condição genética sem cura até o momento. Sendo assim, o paciente precisa entender que o tratamento será contínuo e se comprometer com ele. Por isso mesmo, o acompanhamento com dermatologista é fundamental para saber qual a melhor forma de abordar cada caso.

Crescimento de casos de calvície

Até o ano de 2021, os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontavam que cerca de 50% dos homens no mundo terão problemas com calvície até os 50 anos de idade. Já as mulheres, 30% delas poderão ter problemas relacionados à calvície até a idade. Atualmente, 42 milhões de brasileiros têm calvície, como indica a Sociedade Brasileira do Cabelo. Entre os acometidos, 25% têm entre 20 e 25 anos, com perda de cabelos ocasionadas por fatores genéticos ou emocionais.

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