Governo corta verba de operação que distribui água para famílias do interior nordestino
De acordo com planilha do Exército, que coordena a ação, 1,6 milhão de pessoas estão no prejuízo
A operação Carro-Pipa, do Governo Federal, que leva água potável a famílias nordestinas há mais de 20 anos, teve recursos cortados neste mês. O corte fez com que os caminhões suspendessem temporariamente a operação no interior nordestino.
De acordo com planilha do Exército, que coordena a ação, 1,6 milhão de pessoas serão afetadas pelos cortes. Elas teriam direito ao abastecimento em novembro deste ano, em oito estados do nordeste.
A divisão dos recursos ocorreu logo após o segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro, em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado. Segundo apurações do colunista Carlos Medeiro – do site UOL – o primeiro estado a ter o abastecimento suspenso foi Alagoas.
Leia também: Projeto de taxação do agro é aprovado na Alego
Já Pernambuco, Paraíba e Bahia, aguardam a paralisação, que deve acontecer apenas na quinzena final de novembro, assim como nos demais estados, com os caminhões deixando de prestar o serviço à população.
Ainda conforme o UOL, a operação é financiada pelo Exército Brasileiro, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Em um documento do 72º Batalhão de Infantaria Motorizado, com sede em Petrolina (PE), endereçado a Defesas Civis de municípios de Pernambuco e Bahia, o Exército informa que “o recebimento parcial de recursos financeiros para atender a execução do serviço será somente para até o dia 15 de novembro corrente”.
No texto, assinado pelo coronel Paulo Francisco Matheus de Oliveira e publicado no dia 14, é informado que a suspenção pegou as Defesas Civis, pipeiros e moradores de surpresa.
Leia também: Possível surto de Covid-19 na Câmara Municipal pode restringir acesso ao plenário
Números da operação Carro-Pipa
- Municípios – 468
- Carros-pipa – 3.348
- População atendida – 1.628.865
Respostas
O Exército informou que a corporação “é responsável apenas pelas ações que envolvem a execução da operação, a partir do repasse de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional ao Ministério da Defesa”.
“Os recursos disponibilizados pelo MDR até o momento permitiram a execução da operação na sua plenitude até o dia 16 de novembro. O Exército Brasileiro aguarda nova descentralização de recursos para que seja retomada a distribuição rotineira de água”, disse.
O MDR explicou o fluxo de maneira diferente. O órgão contou que a renumeração dos pipeiros é feita pelo Exército e que a pasta “apenas faz o repasse dos recursos”. Já referente à suspensão, o MDR afirmou que “as necessidades de recursos adicionais foram formalmente encaminhadas ao Ministério da Economia, para que seja possível retomar, o quanto antes, a operação”.