O clima tem sido tenso entre Tiago Leifert e Casagrande. O ex-jogador jogador e o ex- jornalista da TV Globo tem trocado farpas na internet, desde a publicação de um artigo de opinião polêmico envolvendo os atletas antigos da seleção brasileira. Confira a seguir o estopim desta confusão.

Tudo começou quando Walter Casagrande Júnior postou um texto opinativo nesta quarta-feira (7/12), sobre a postura dos campeões do Penta, ressaltando a “união” de grandes personalidades esportivas para derrubá-lo, mas são ausentes durante os posicionamentos de questões políticas relevantes.

“A avaliação de como é um cidadão vem por meio do comportamento e do comprometimento com a sociedade a que pertence e não a que vive. Fico impressionado com a união dos jogadores em se defender quando são criticados por alguém, mais especificamente quando sou eu o crítico”, escreveu.

“Por um lado, até acho graça da ignorância de acharem que união é para isso. Todos esses jogadores, sem exceção, que se “unirão” para me atacar não se uniram para cobrar as vacinas, para incentivar a vacinação, nem contra o desmatamento. Muito menos se uniram em movimentos antirracistas, contra a homofobia, contra a violência sofrida pelas mulheres”, destacou o comentarista.

Logo em seguida, Casagrande citou de forma direta o nome de Tiago Leifert quando começou a falar a respeito de jornalistas esportivos que curtem publicações com intuito de ataque ao ex- jogador. De acordo com ele, o ex-apresentador do Big Brother Brasil tentou prejudicá-lo quando estava trabalhando na Rede Globo.

“Ele tentou me ridicularizar algumas vezes ao vivo, na TV Globo, para favorecer comentaristas amigos. Ele desrespeitava superiores na frente de todos por ser filho de diretor”, contou. “Sem contar que, quando escreveu um texto para a revista GQ dizendo que futebol e política não poderiam se misturar, eu escrevi um outro texto completamente ao contrário (nós dois erámos colunistas no mesmo veículo). Ele não gostou, pediu ao diretor para que eu fosse demitido. No “eu” ou “ele”, foi Tiago quem saiu”, acrescentou.

Na terça-feira (6), Leifert havia comentado em um post de Marcos Roberto, que atuava como goleiro no Palmeiras, ironizando o posicionamento de Casagrande ao dizer que os jogadores não demonstram proximidade com o povo na hora de torcer, diferente dos atletas da seleção argentina. Na ocasião, Tiago comentou: “Te amo, Marcão! Ídolo de todas as torcidas”.

Tiago Leifert rebate desabafo

Após a publicação polêmica da coluna de “Casão”, forma como o ex-jogador é apelidado, Tiago Leifert não tolerou as acusações e rebateu as falas do comentarista, afirmando que jamais destratou de funcionários na rede televisiva e que não apresentam intimidade para atuarem juntos.

“Casagrande: não te conheço direito, mal conversamos na vida, não temos nenhuma intimidade e por isso não tenho nem nunca tive seu telefone. Espero que chegue em você. O que você escreveu sobre mim na sua coluna não é verdade e você sabe. Eu nunca destratei nenhum chefe (deles eu tenho o telefone!), falo com todos e tenho relação ótima com todos”, argumentou o locutor.

“Se você tem alguma prova, data, hora, e-mail, fico no aguardo. Eu nunca tentei te prejudicar, jamais faria isso com você ou qualquer pessoa. A história que você conta não tem sentido algum: você sempre foi o comentarista número 1 da Globo, sempre nas maiores viagens, nos melhores jogos, nunca ninguém te prejudicou. E nós não trabalhamos juntos, certo? Eu nunca tive nenhuma ingerência sobre sua escala ou de qualquer narrador ou comentarista, nunca fui chefe de redação, nunca fui diretor”, continuou.

Quase finalizando sua defesa, Tiago declarou que ambos discordam sobre as questões esportivas e sociais, mas nunca fez algo para afetá-lo profissionalmente. Incluindo no seu texto, o jornalista apontou a “hipocrisia” por parte do ex-jogador, pois segundo ele, as falsas acusações vão contra tudo que Casagrande prega.

“Nós discordamos em várias coisas sobre a vida e a bola, e isso é do jogo. Você acha que não precisamos do Neymar para o hexa, eu discordo bastante, e ambos vocalizamos isso. É a bola! Faz parte da resenha esportiva. Temos outras discordâncias, supernormal. De resto, o que você escreveu de mim é falso, numa prática que me parece ser o oposto de tudo que você prega”, finalizou.

Casagrande não deixa barato, e dá a palavra final

Querendo colocar um ponto final na discussão, Casagrande realizou outro texto e respondeu a publicação de Tiago. O ex-atleta expôs diversas situações em que o comentarista foi desagradável com ele em um jantar na casa de Faustão, apresentou as provas pedidas e relatou ter sido ridicularizado pelo filho do diretor da Globo na frente de seus colegas.

“Como você pode dizer que nunca trabalhamos juntos, se quando voltei depois da minha internação, em 2009, fizemos o GE todas às sextas-feiras, por exigência do saudoso Marco Mora?”, questionou. O Mora nos chamou na sala dele e deu essa ordem, porque você só queria o Caio Ribeiro (e quero deixo claro que o Caio não tem nada a ver com isso). Numa dessas sextas-feiras foi o aniversário do GE e teve uma festa no estúdio com bexigas, bolo e tudo mais. Você chamou todos para a frente das câmeras e me deixou sentado esperando. Ficou claro que eu não era bem-vindo ali”, informou Casão.

“Na primeira partida da Copa América de 2011, na Argentina, o uniforme de transmissão era um terno com camisa azul e um colete cinza com decote V. Coloquei o terno para lavar e, no dia do jogo, não acharam a camisa azul. Tive que usar uma branca e, por ser diferente, usei uma blusa da mesma cor do colete, só que com gola fechada. No show do intervalo, você comandava um programa para interagir com a gente no estádio. E quando aparecemos eu, Galvão e Arnaldo, você riu da minha blusa, dizendo que eu estava com o colete ao contrário, em uma forma de me ridicularizar no primeiro bloco (em que estávamos juntos novamente)”, relembrou o colunista, alegando que Galvão Bueno o salvou de uma situação constrangedora.

Casagrande disse que esses momentos podem ser conferidos na internet. Se defendendo pela última vez, a figura de 59 anos implantou uma indagação para as pessoas interessadas na história procurarem as datas da coluna e perceberem o dia que Tiago “saiu” da revista QG, após dar um suposto ultimato sobre a estadia do ex-jogador no veículo.

“Em relação ao que relatei sobre a revista QG, entendo você não querer assumir que foi até a direção pedir a minha cabeça por causa do meu texto. Até porque o diretor disse que cada um tinha dado a sua opinião. Mas é simples: quem se interessar pode pegar as datas das nossas colunas e ver a data que em que você ‘saiu’. Sobre a sua volta ao esporte, vou refrescar sua memória mais uma vez: as pessoas que você destratou não trabalham mais na Globo há tempos. Por fim, um último esclarecimento: eu falei que a seleção brasileira poderia vencer a Copa mesmo sem o Neymar. Não quero entender que você está sendo mentiroso. Prefiro achar que você está com algum problema de memória. Bom, Tiago, não quero mais tocar nesses assuntos. Agora chega, porque só quero paz na minha vida”, pediu.