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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
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Futuro ministro

Deputados goianos avaliam indicação de Fernando Haddad para Economia

Sem surpresas, Lula confirmou nesta sexta (9/12) a indicação de Fernando Haddad (PT) para o Ministério da Economia

Postado em 9 de dezembro de 2022 por Ícaro Gonçalves

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou na manhã desta sexta-feira (9/12) os primeiros nomes do alto escalão de seu governo a partir de 1º de janeiro de 2023. O anúncio ocorreu após semanas de ansiedade no cenário político e econômico nacional, à espera de nomes que pudessem ‘acalmar’ o mercado e os players políticos mais afoitos.

Sem surpresas, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) foi confirmado como o próximo ministro da Economia, ou da Fazenda, como era chamada a pasta nos dois primeiros mandatos de Lula. Haddad é considerado homem de confiança do futuro presidente e já comandou o Ministério da Educação entre 2005 e 2012. É lembrado principalmente por ter implementado o Prouni (Programa Universidade para Todos), ter participado do fortalecimento do FIES (Financiamento Estudantil) e pela ampliação de universidades e institutos federais brasileiros.

Outros nomes confirmados foram o do atual governador da Bahia, Rui Costa (PT), para a Casa Civil; o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), para o Ministério da Justiça e Segurança Pública; José Múcio Monteiro, ex-presidente do Tribunal de Contas da União, para o Ministério da Defesa; e o embaixador Mauro Vieira para o Ministério das Relações Exteriores.

Em conversa com O Hoje, lideranças da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) avaliaram a confirmação do nome de Haddad e compartilharam expectativas para as políticas econômicas dos próximos quatro anos. Mesmo com cautela nas falas, o clima entre os parlamentares ouvidos demonstra expectativas positivas.

Leia também: Marco fiscal e reforma tributária serão prioridades, diz Haddad

Antônio Gomide, líder petista na Alego, naturalmente comemora a decisão. “É importante entendermos que esse alinhamento direto com o presidente é muito importante. Já era esperado que Fernando Haddad, que já foi ministro de Lula, estive no primeiro escalão. Agora, precisamos nos atentar que o presidente tem conversado cada vez mais com forças diferentes, buscando um quadro técnico e que vai contribuir nesse alinhamento político. Com certeza Haddad vai ser uma pessoa de diálogo e de articulação. Essa aliás, é uma suas principais marcas”, destacou o deputado.

Sobre os ‘burburinhos’ que circulam entre representantes do mercado nacional, avessos à ideia do petista como comandante da Economia, Gomide é categórico. “A eleição definiu o que o brasileiro quer. Quando o eleitor definiu Lula como presidente é porque ele sabe qual perfil o Brasil está precisando. Lula sabe que foi eleito com uma pauta de colocar ‘comida na mesa’ dos trabalhadores e de gerar mais empregos, mas ele também foi, nos oito anos como presidente, a pessoa que mais conversou com todas as categorias econômicas. Ele entende a importância de cuidar da economia, das exportações e do ajuste fiscal”, finalizou.

Na mesma linha caminha a deputada estadual Lêda Borges, líder do PSDB na Assembleia. Para ela, a escolha por Haddad é uma compreensível resposta de Lula aos mais de 62,5 milhões de brasileiros que, segundo o IBGE, vivem abaixo da linha da pobreza. “Diante de um quadro triste como este, é mais do que justo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolher um ministro da Fazenda que não olhe só para as grandes corporações, mas também nossa gente sofrida”, considera a deputada.

De acordo com Lêda, o futuro governo deve ter um olhar próximo a essa parcela da sociedade, mas claro, sem deixar de lado o diálogo com representantes do mercado. “Por mais reações negativas que o dito mercado tenha em relação a escolha de Haddad, Lula assumiu um compromisso com esses brasileiros e é mais do que natural ter um ministro de finanças que esteja em sintonia com ele. Sou do Entorno de Brasília [Valparaíso], região que necessita muito de ações de estado. Sou otimista e acredito que o presidente Lula e seu ministro da Fazenda não vão decepcionar o país”, conclui Lêda.

Já o deputado Amilton Filho, que em abril deste ano se filiou ao MDB e hoje ocupa a função de líder do partido na Casa, foi mais cauteloso em suas expectativas. “O que esperamos do novo ministro é que ele possa manter os compromissos firmados no atual governo. Em especial com o teto de gastos e com a questão fiscal. O estilo do futuro governo não pode prejudicar a credibilidade do Brasil perante o mercado internacional. Acho que o Congresso tem que ser zeloso nessa questão, junto com a aprovação do Auxílio Brasil, que foi um compromisso que os dos governos fizeram com a sociedade”, pontou Amilton.

A reportagem tentou contato por telefone com lideranças de partidos que já declararam oposição ou independência no futuro governo, mas não obteve retorno.

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