Endividado, brasileiro pode comprar menos no Natal
Apesar dos dados negativos a expectativa é de que tenha uma alta na quantidade de compras, mas não que ultrapasse a do ano de 2021
Uma a cada três pessoas pretende usar o 13º salário para as compras de Natal, conforme aponta a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil.
Só o “amigo secreto” deve movimentar R$6,7 bilhões na economia nacional nas próximas semanas. A FCDL-GO considera que o consumidor tende a comprar, mas investindo menos na aquisição dos presentes. “A começar pela inadimplência, que persiste com altos índices, temos uma incerteza sobre como será o Brasil a partir do ano que vem. E o consumidor, sentindo isso, vai às compras com um comportamento mais conservador”, diz o presidente da instituição, Valdir Ribeiro.
No ano passado, o gasto médio por consumidor em cada presente de Natal foi de R$ 122. Para este ano, a FCDL-GO projeta um valor de R$ 100, número 18% menor em relação ao de 2021. O principal componente para essa projeção menor em 2022 é a inadimplência, que restringe o acesso a crédito. Além disso, números analisados pelo SPC Brasil indicam que o índice de inadimplência em Goiás subiu 10,13% em outubro, registrando a maior alta dos últimos três meses.
Expectativa
O diretor ressalta ainda que apesar dos dados negativos a expectativa é de que tenha uma alta na quantidade de compras, mas não que ultrapasse a do ano de 2021. “O 13º salário movimenta as compras de natal e final de ano. Esse valor também vem para sanar dívidas, visto que estamos com uma inadimplência muito grande”.
Sobre o aumento de inadimplentes, Ribeiro destaca ainda que esse fator pode prejudicar a economia em 2023. “O pessoal tenta negociar as dívidas até determinado período, quando se aproxima mais do final do ano as compras aumentam bastante, mas as pessoas podem negociar seus débitos para ter acesso ao crédito. Mesmo assim, muitas pessoas vão permanecer inadimplentes”.
A dica que o presidente dá é para que cada trabalhador faça um bom uso do 13º salário. Isso pode ser feito por guardar uma parte e se planejar visto que no início do ano existem as compras de materiais escolares, por exemplo.
Economia
As incertezas sobre a inflação no Brasil em 2023 não têm ligação direta com o resultado das eleições de 2022, de acordo com o especialista em economia, Luiz Carlos Ongaratto. Para ele, tem mais haver com o reajuste da gasolina, preço dos alimentos que já estão mais elevados.
“Toda compra envolve um compromisso financeiro, no início do ano tem material escolar, IPTU, imposto de carro, são vários gastos que já comprometem o 13º”. Ele afirma que para começar bem o ano o segredo é se planejar bem e evitar usar sempre o cartão de crédito. (Especial para O Hoje)
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