A lupa em cargos comissionados da gestão Rogério Cruz
Câmara forma grupo para entender impacto de comissionados para estabelecer conversa sobre convocação de aprovados em concursos
Mil e quatrocentos indicados. Esse foi o número de exonerados, de uma só vez, pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) no final de outubro. A medida veio depois de exonerações a conta-gotas de indicações de vereadores – ex-aliados – e, num balaio, removeu a todos para de alguma forma pressionar a Câmara Municipal a aprovar os projetos do Paço e, principalmente, as contas, que Cru prestou no dia 12 de dezembro.
Na esteira da discussão sobre como o prefeito deverá alocar ou realocar os quilates de vereadores, o oposicionista petista Mauro Rubem – vereador até o dia 31, já que deixa o cargo para assumir vaga na Alego – quer saber como esses cargos têm servido como cabideiros.
Para tanto, o vereador solicitou ao presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), que seja instaurada uma Comissão Temporária Especial para “estudar, apurar e tomar posição sobre o déficit de servidores das atividades permanentes”. A grosso modo, o grupo, que contará até com o líder do prefeito na Casa, Anselmo Pereira, quer entender mais da máquina para cobrar o chamamento de concursados. O documento foi recebido e assinado pelo Policarpo no final da tarde de quarta-feira (14).
Com o sinal verde, Mauro Rubem convocou uma audiência pública no início da tarde de quinta-feira (15) para discutir, no plenário da Câmara, a questão dos aprovados no concurso 01/2020.
Para a reportagem do jornal O Hoje, Rubem explicou o objetivo desta solicitação, cuja finalidade é a convocação dos aprovados. “Qual o déficit? É um choque de república. Isso aqui é uma prática monárquica, que indica afilhado, meu parentesco, meu sangue. Nós precisamos fazer a convocação dos melhores, aprovados pelo concurso”, sinaliza o petista.
Para o vereador, a prática de indicação impede a convocação de servidores aprovados em concursos municipais. “Mantém-se o interesse menor, dando confiança aos que indicaram”, critica o parlamentar.
Explicando melhor sobre como deverá funcionar o grupo de trabalho, ele diz que vai servir para levantamento de trabalhadores em Upas, por exemplo. “Tem servidores aprovados que não foram aprovados em diversas áreas. Tem oferta de vaga pequena, mas grande de aprovados”, acrescenta o petista.
Ainda segundo ele, a Saúde é uma das áreas mais carentes a respeito da importância de chamar aprovados. “A oferta foi de 600 vagas, mas são necessárias 4 mil”, revela.