De Silvye a Marussa, como devem se comportar as novas deputadas goianas
Dos 17 deputados eleitos no pleito de outubro para os próximos quatro anos para a Câmara Federal, seis foram mulheres
Nos últimos anos, discutiu-se muito a falta de representatividade feminina nos espaços políticos, sobretudo em cargos eletivos, como legislativos. Dos 17 deputados eleitos no pleito de outubro para os próximos quatro anos para a Câmara Federal, seis foram mulheres. O nome mais bem votado foi, inclusive, a apresentadora de televisão Silvye Alves (União Brasil), que obteve 254,6 mil votos, deixando para trás caciques nas disputas por um espaço em Brasília.
Nestas eleições, além de Sylvie Alves, que virou um rosto popular e familiar do partido do governador reeleito Ronaldo Caiado, foram reeleitas Magda Mofatto (PL) e Flávia Morais (PDT). No rol de oportunidades que o legislativo federal dá a goianas, assumem no dia 1° a atual deputada estadual delegada Adriana Accorsi (PT), a vereadora de Rio Verde Marussa Boldrin (MDB) e a deputada estadual Lêda Borges (PSDB).
Eleita com mais de duas dezenas de milhares de votos, Sylvie Alves alcança Brasília sob a bandeira que levantava antes de mergulhar na política: violência doméstica. Em uma noite, a jornalista estava em casa quando foi agredida com socos pelo namorado. A intenção dela, agora, é dar mais assistência às vítimas de violência e endurecer as penas dos agressores.
Reeleita, a deputada Magda Mofatto, do Partido Liberal, é conhecida como empresária de Caldas Novas. Natural de Limeira (SP), começou a carreira política como vereadora de Caldas. Foi deputada estadual e, depois, prefeita do município. Ligada ao agronegócio, Mofatto se manteve do lado oposto ao Partido dos Trabalhadores ao votar pelo impedimento da então presidente Dilma Rousseff. Foi contrária a um outro pedido, este contra o então presidente Michel Temer.
Pelo perfil conservador, foi aliada do presidente Jair Bolsonaro tanto em votações no parlamento quanto nos discursos eleitorais em prol da reeleição do guru. Uma das vozes mais vívidas do bolsonarismo ascendido em 2018, Magda deverá se manter na berlinda da oposição ao governo de Lula 3, como é tratado o terceiro mandato do presidente eleito Lula da Silva.
Reeleita, a deputada federal Flávia Morais (PDT) tem em seu cerno o lado social, assumindo conselhos e secretarias que a aproximaram sobremaneira dos anseios da população. Com o tempo, foi se aperfeiçoando, sempre se tornando uma das mais bem votadas no Estado. É uma queridinha, sobretudo ao fazer arranjos políticos que a viabilizem. No entorno dela, há enorme expectativa de que se torne uma ponte entre o governo federal e o governo de Goiás.
Vereadora em Rio Verde, um dos polos agropecuários mais importantes do País, Marussa Boldrin (MDB) é uma fiel escudeira do setor econômico que gira sua terra. Por outro lado, é guiada pelos cômodos caminhos que o MDB devem tomar no governo Lula 3, sobretudo quanto à participação da legenda em pelo menos dois ministérios: são eles Cidades e Transportes. Outro nome emedebista deve ocupar um lugar de destaque: a senadora Simone Tebet que, na cota de Lula, poderá se tornar a titular do Ministério do Meio Ambiente.
Já a tucana Lêda Borges, vista como a alma do PSDB em Goiás – partido em frangalhos após sucessivas derrotas e debandada partidária – é outra mulher eleita com potencial de aperfeiçoar o debate público, sobretudo como interlocutora com o Lula 3.
No rol das novidades está a ascensão de Adrianna Accorsi, do Partido dos Trabalhadores, à Câmara Federal. Próxima do presidente Lula, Accorsi deverá, com sua expertise política da qual é próxima desde que chegou à Alego, terá um papel fundamental na construção de políticas públicas em Goiás junto ao governo da qual foi enorme participativa durante a campanha eleitoral.