O perfil do goiano escolhido como n° 2 de ministério de governo Lula
Olavo Noleto já perpassou gestão em Goiânia, Aparecida e atualmente é presidente de uma das mais importantes empresas públicas do Rio de Janeiro
A participação de goianos no segundo escalão do governo que toma posse a partir de janeiro ganhou mais um nome: Olavo Noleto. Isto depois de o deputado federal Elias Vaz ser escolhido pelo futuro ministro da Justiça, o senador eleito Flávio Dino, como secretário nacional de Assuntos Legislativos.
Noleto tem uma história com o Partido dos Trabalhadores, do qual é filiado há mais de 20 anos. Foi presidente da legenda em Goiânia em 2000, na ocasião em que Pedro Wilson foi eleito prefeito.
Até o dia 31, ele preside a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), no Rio de Janeiro. “Estou muito feliz aqui, mas saio por considerar o convite do ministro Padilha irrecusável”, aponta ele, que também foi secretário de comunicação em Maricá, cujo prefeito é Fabiano Horta, do PT.
No currículo de Olavo Noleto, goiano que vai ser o número 2 na hierarquia do Ministério de Relações Institucionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem passagens por Aparecida de Goiânia como chefe de pastas importantes.
O cargo é estratégico e coloca o titular numa posição privilegiada junto a prefeitos e governadores de todo o território nacional. A função também perpassa a coordenação política do Governo, conduz o relacionamento da gestão com o Congresso Nacional e os partidos políticos; Interlocução com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Coordenação e secretariado do funcionamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Em entrevista ao jornal O Hoje, Noleto acrescenta: “Lula e Dilma sempre tiveram relações produtivas com estados e municípios. É importante que todos os atores que defendem a democracia, que não vão investir em ruptura, sejam importantes para a reconstrução do País”.
Como integrante do governo em outras ocasiões, sabem o que fala: “ Sempre tivemos cuidado para não discriminar. Lula mesmo disse que governo não faz oposição a governo. Governo faz parceria. Em Goiás sempre teve parceria forte. Os municípios goianos sempre receberam muitos recursos”.
Ainda segundo ele, o que deve se repetir a partir de janeiro, nas outras gestões petistas, “havia programas federais com olhar técnico, para proteger o estado”. Ainda sobre o desafio do cargo: “O estado brasileiro está machucado e precisamos fortalecer a reconstrução do País. Temos milhares de obras paralisadas. As pessoas estão radicalizadas com fake news. A oposição vai ser respeitada. O governo não deve ser paparicado, mas cobrado”.
Em Aparecida, Noleto foi titular da Secretaria de Captação de Recursos em 2018 e, no mesmo ano, foi para a Casa Civil, de onde saiu em 2021. Com perfil técnico, mesmo assim conhecedor dos meandros da política, ele teve participação na gestão de Pedro Wilson, à frente da Prefeitura de Goiânia, como chefe de gabinete entre 2001 e 2002.
Noleto também foi secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República nos governos Lula e Dilma. Também foi secretário executivo de Comunicação Social no governo Dilma Rousseff.
O perfil engrossa o otimismo do prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, que aposta que Noleto poderá contribuir, e muito, para articulações da gestão aparecidense junto ao governo federal do chamado Lula 3 – referência ao terceiro mandato do petista.
Vilmarzinho, como é conhecido o chefe do Executivo de aparecidense, almeja a reeleição em 2024, com fortes chances de êxito. Com interlocução junto ao governo federal, fica tudo mais fácil, sobretudo para o aval de liberação de empréstimos que passam pelo filtro de Brasília.
O nome de Noleto também é bem quisto no Palácio das Esmeraldas. Pode ser uma boa ponte entre o governador reeleito Ronaldo Caiado (União Brasil) e a gestão lulista. Como se sabe – e é bom repetir – embora com fortes ligações com o PT, Noleto é, acima de tudo, um técnico, que sabe se embrenhar pelos meandros da administração pública. E, de maneira afetuosa, deverá olhar com carinho as demandas dos conterrâneos.