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sábado, 23 de novembro de 2024
Projeto

Nos moldes de 2021, Câmara aprova Código Tributário carregado de incertezas

Texto foi aprovado de maneira definitiva aos 45 do segundo tempo

Postado em 30 de dezembro de 2022 por Felipe Cardoso

O vereador Clécio Alves (Republicanos) devolveu o projeto de revisão do Código Tributário de Goiânia na última quinta-feira (29/12). A matéria terminou, como esperado, aprovada pela Casa de Leis. A atualização do texto seria votada de maneira definitiva na terça-feira (27/12), mas o parlamentar pediu vista e prejudicou a tramitação do texto. 

A proposta aprovada na manhã de ontem é a mesma que passou pela Comissão Mista. Ela contém 15 emendas, entre elas uma que limita o reajuste do IPTU em 5% em 2026, mais inflação. A prefeitura queria 10%, a partir de 2025, mas terminou derrotada.

Caso a matéria não fosse aprovada este ano, continuaria valendo o Código Tributário discutido e votado em 2021. Texto este que prevê um aumento do imposto em até 45% mais inflação. 

A matéria, vale lembrar, foi amplamente criticada após aprovação do Parlamento a toque de caixa. Isso porque parte significativa da população goianiense sofreu com o aumento exorbitante do imposto, o que os vereadores buscaram corrigir por meio do novo projeto.

Presente de grego

No entanto, após devolver a matéria que finalmente foi apreciada de maneira definitiva pela Casa de Leis, o vereador Clécio Alves surpreendeu a todos ao declarar que “95% das emendas são cheques sem fundos, inconstitucionais, não têm valor legal”. 

Para ele, a maior parte delas são “circo, teatro”. “Estão dando presentes de grego para a população que merece o nosso respeito. Para tomar posse tem que conhecer a Constituição, a Lei Orgânica. Vereador não pode dar isenção de imposto para essa ou aquela categoria especificamente”, disse. 

“Devolvi o projeto com todas as emendas, mas já alertei na tribuna: vão ser vetadas porque são inconstitucionais. Se a Câmara derrubar o veto, a Justiça mantém. É simples assim. Isenção para pessoas com mais de 60 anos, por exemplo, é algo muito bom, claro. Mas essa iniciativa não pode ser de um vereador, tem que partir do chefe do Executivo. Isenção do ISS para empresas também não pode, é inconstitucional”, completou o vereador ao reiterar sua posição.

Na contramão 

Já o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), Henrique Alves (MDB), afirmou à imprensa o justo oposto do que foi dito pelo colega. “Sobre a constitucionalidade, determinados técnicos avaliam de maneira distinta. Cabe ao prefeito agora fazer uma leitura por meio da governadoria. A CCJ cumpriu seu papel seguindo o próprio parecer da Procuradoria da Casa”. 

Metamorfose

O vereador e líder do prefeito, Anselmo Pereira (MDB) concedeu uma entrevista coletiva minutos antes da votação do Código na Câmara. Em discurso divergente ao que apresentou dias atrás, o líder disse, dessa vez, que a prefeitura vai trabalhar para aproveitar ao máximo as emendas apresentadas pelos vereadores. “Todas serão discutidas, uma a uma, para tentar salvá-las”. 

Ao ser questionado sobre a mudança no discurso, haja vista que dois dias antes o líder trabalhava pela derrubada de todas as modificações apresentadas pelos colegas, disparou: “A primeira manifestação foi feita sem consultar o líder. Na segunda, já começamos a fazer esse trabalho, observando o impacto disso sobre a receita do município nos próximos anos. Temos que ter responsabilidade”.

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