O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

domingo, 22 de dezembro de 2024
PublicidadePublicidade
Tranquilidade

Escolha de ministro político na Fazenda não assusta Schmidt

Secretária de Economia do governo goiano rememora gestão ‘Lula 1’, época em que Palocci esteve à frente da pasta

Postado em 4 de janeiro de 2023 por Felipe Cardoso
Escolha de ministro político na Fazenda não assusta Schmidt
Secretária de Economia do governo goiano rememora gestão ‘Lula 1’

A secretária de Economia de Goiás, Cristiane Schmidt, comentou, em entrevista aos jornalistas do O HOJE, suas expectativas em relação à Economia do governo encabeçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época em que visitou a sede do grupo, o principal nome cotado para assumir a pasta era do ex-prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad, o que mais tarde, especificamente em 9 de dezembro, se confirmou.

Ao comentar a então provável indicação de Lula, Schmidt lembrou da primeira gestão petista (2003) onde Lula indicou o ex-prefeito de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, para o comando do Ministério da Fazenda. “Na época do Palocci, o governo ‘Lula 1’ desempenhou muito bem suas funções. Palocci era político, não um técnico, mas escolheu a dedo o seu quadro de auxiliares”, rememorou. 

A secretária, vale destacar, estabeleceu o comparativo entre as indicações por ter sido indagada quanto ao perfil político de Haddad. Ela lembrou que a equipe formada por Palocci continha profissionais sérios e competentes e, depois, disparou: “E tudo funcionou. Claro, não tínhamos um problema orçamentário como agora. Mas se tivermos técnicos, pode dar muito certo. O que o Haddad vai precisar é de uma habilidade para construir uma boa equipe”.

Ela também comentou a decisão do presidente em fatiar o antigo Ministério da Economia em três diferentes pastas. Foram criados a partir do dia 1° de janeiro os ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão; da Fazenda; e de Indústria, Comércio Exterior e Serviços. A divisão, na visão da titular, não é boa. Mas isso, segundo ela, não quer dizer que, de fato, não seja. 

“Por questões políticas as coisas sempre acabam se desmembrando. Pode ser que as pessoas pensem mesmo que o desmembramento seja melhor, mas [o Lula] tem que acomodar vários segmentos, vários partidos. Ele não ganhou só com o PT, ele ganhou com um conjunto”, pontuou a secretária. 

Apesar da interpretação técnica da titular, o mercado não reagiu bem à indicação de Haddad para o setor. No dia da confirmação, vale lembrar, o dólar subiu, influenciado tanto pelo cenário interno como por dados de inflação nos Estados Unidos. A bolsa de valores teve leve alta, amparada em ações de mineradoras, que estavam se recuperando após o afrouxamento das restrições contra a covid-19 na China.

Prioridades

Na última terça (3/1), o ministro declarou à imprensa que apresentará um “plano de voo” da economia brasileira em seu primeiro despacho com o presidente. A ideia é mostrar a Lula ações de curto, médio e longo prazo que possam colaborar com o reequilíbrio das contas públicas. 

Em relação ao persistente receio do mercado – que implica na alta do dólar e na queda da Bolsa -, Haddad considerou que o que está havendo, na verdade, é um movimento onde as pessoas estão se apropriando da situação real. “Estava um clima de que a economia estava no rumo certo e esse clima está se desfazendo pela apresentação dos números do enorme rombo eleitoral deixado por Bolsonaro”. 

Em dezembro, vale lembrar, a discussão sobre o novo marco fiscal, a reforma tributária e a revitalização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia foram colocados como prioridades da equipe econômica no primeiro ano de governo. 

Quanto à discussão do novo marco fiscal, Haddad disse que o novo governo está obrigado a definir um substituto para a regra do teto de gastos após a aprovação, pelo Senado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.

“A PEC dá um prazo para que a gente faça isso”, disse Haddad. O texto aprovado no Senado estabelece até agosto do próximo ano para que o futuro governo envie uma nova regra fiscal por meio de um projeto de lei complementar.

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também