Mônica Martelli revela ter sido estuprada aos 14 anos: ‘Não queria, foi uma luta corporal’
A artista participou do podcast “Quem pode, pod” nesta quarta-feira (11/1).
A atriz Mônica Martelli, de 54 anos, realizou uma participação no podcast “Quem pode, pod”, programa apresentado por Giovanna Ewbank e Fe Paes Leme e acabou revelando uma situação absurdamente revoltante e triste vivida por ela em sua adolescência. Durante o bate-papo, a humorista contou que o começo de sua vida sexual foi marcada por um estupro. O episódio foi ao ar na quarta-feira (11/1).
De acordo com Martelli, ela tinha 14 anos quando tudo aconteceu. Na época, ela era “apaixonada” por um rapaz com quem ela se envolvia amorosamente. Em desabafo, a atriz relembrou como era comum a concepção de ser considerado normal um menino estar beijando uma garota e durante a ação, eles colocavam a mão nos seios das meninas e elas retiravam, mas logo depois, seguiam para apalpar o bumbum. Nesse contexto caracterizado como “luta corporal”, ela foi vítima do crime.
“Eu tinha 14 anos e não foi fácil. A questão é a seguinte: Eu sou de uma época em que você ter uma luta corporal com o menino era normal”, ressaltou. “Em que sentido?”, questionam as apresentadoras. “Você beijava o menino, ela vinha com a mão no peito. Você tirava a mão no peito, ele [colocava] a mão na bunda. Então você passa a noite beijando e na luta corporal, entendeu? E isso era normal”, explicou.
“Aí, a primeira transa foi assim. Era um menino que eu era apaixonada, surfista, de Macaé [RJ]. Aí a primeira transa foi assim, essa luta corporal, mesmo eu sendo apaixonada. E quando a gente estava falando sobre estupro, porque na minha cabeça, na minha geração, o que que é estupro? Um beco escuro, um cara com capuz e uma faca”, acrescentou.
Continuando o relato, Mônica destacou o quão absurdo era a concepção e que atualmente os tempos mudaram, pois a conscientização é mais clara e concisa, ou seja, se a pessoa disser não e mesmo assim seguir com a ação, é estupro.
“Quando eu entendi, e nós [sociedade] entendemos de pouco tempo para cá, que teve essa conscientização maior, que estupro é simplesmente você não querer, se você fala não e ele forçar é estupro, ali eu falei: então eu fui estuprada. Não queria, foi essa luta corporal. Acabou que rolou, foi legal, eu era apaixonada pelo cara, mas eu não queria, não queria naquele dia, naquele lugar”, argumentou.
Ao final da confissão, ela contou que mesmo tendo sido criada em um lar considerado feminista com sua mãe lendo Simone de Beauvoir para ela, o comportamento era “naturalizado e ainda sim foi preciso investir em uma “nova conscientização do novo feminismo” para perceber que foi violentada.