Empresária de Mineiros é denunciada por prometer festa a funcionárias em troca de votos para Bolsonaro
As vítimas do crime eleitoral eram ameaçadas de demissão
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Uma empresária de Mineiros, no interior de Goiás, de 29 anos, foi denunciada pelo Ministério Público Eleitoral pela prática de crimes eleitorais contra quatro funcionárias. Ela havia se comprometido a realizar uma festa com direito a show, churrasco e cerveja, com a finalidade de obter o voto das vítimas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ainda de acordo com documento, a mulher prometeu também pagar R$100 para cada uma das vítimas que votassem em Bolsonaro. As funcionárias também foram ameaçadas de perderem o emprego em três ocasiões durante o segundo turno das eleições.
O promotor de Justiça eleitoral, Marcelo Machado de Carvalho, titular da 4ª Promotoria de Justiça de Mineiros, e o promotor de Justiça auxiliar eleitoral Leonardo de Oliveira Marchezini, titular da 3ª Promotoria da comarca destacam que os crimes eleitorais aconteceram durante o processo eleitoral de 2022, entre os meses de setembro e outubro.
As quatro funcionárias trabalhavam com venda de produtos naturais. A denuncia destaca que antes do primeiro turno das eleições, a empresária prometeu a festa para as funcionárias caso Jair Bolsonaro saísse vitorioso. Mas como ele foi para o segundo turno das eleições a proposta mudou, as funcionárias ganhariam R$100 se o candidato do PL ganhasse a reeleição.
Uma das funcionárias foi contra a postura da chefe e disse que tinha o direito em votar em quem quisesse, assumiu ter votado em Lula e pediu respeito pela sua decisão. Após o confronto, a empresária fez colocações afrontosas às funcionárias, confirmando as condutas corruptivas e coativas perpetradas, detalha , conforme destaca texto do MPE.
Um dia após o resultado do segundo turno das eleições, a chefe convocou as funcionárias para trabalhar no serviço de limpeza enquanto os que votaram em Bolsonaro foram liberados para participar das manifestações contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As funcionárias gravaram um vídeo expondo a situação que chegou a conhecimento do Ministério Público Eleitoral, que ficou responsável de apurar os fatos. As vendedoras foram demitidas.
O MPE requereu que a denunciada pagasse pelo menos R$30 mil de indenização para cada uma das ofendidas. O ministério também pediu a condenação no valor de R$80 mil por conta do dano moral praticado contra a coletividade.
A empresárias praticou os crimes de corrupção eleitoral (com promessa de show e dinheiro) e coação eleitoral ( ao ameaçar demitir a funcionária).
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