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sábado, 23 de novembro de 2024
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Força insuficiente

Troca de presidente não coloca Republicanos entre os protagonistas do Estado

Eleito deputado federal, Jeferson Rodrigues é escolhido para substituir João Campos

Postado em 20 de janeiro de 2023 por Yago Sales
Troca de presidente não coloca Republicanos entre os protagonistas do Estado
Eleito deputado federal

Praticamente definido como o novo presidente do Republicanos em Goiás, o deputado federal eleito Jeferson Rodrigues não deve trazer a força de que a legenda precisa para garantir o protagonismo depois da mal sucedida parceria da sigla com o Patriota de Gustavo Mendanha no pleito passado. Claro, a força dita aqui se comparada com a do atual presidente da sigla, João Campos, um político experimentado e, não fosse a derrota ao Senado, repleto de vitórias eleitorais.

Jeferson Rodrigues é associado a um grupo mais novo da política goiana. No exercício do terceiro mandato de deputado estadual por Goiás, ele conseguiu parte significativa dos votos para deputado federal advindo do vácuo deixado por João Campos.

Havia uma discussão sobre quem substituiria Campos: o prefeito de Goiânia Rogério Cruz ou Jeferson. A interpretação era de como Cruz teria fôlego para fazer política em todo o Estado enquanto ele próprio tem a intenção de reeleger-se prefeito da capital. Cruz deverá ficar com o diretório metropolitano.

Jeferson Rodrigues e Rogério Cruz são políticos predominantemente ligados à igreja evangélica – ambos são pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Também o é João Campos, que é ligado às Assembleias de Deus, de onde conseguiu unânime apoio às eleições que concorreu à Câmara Federal. Com isso, é possível dizer que o DNA do Republicanos é o neopentecostalismo.

Jeferson Rodrigues foi eleito com 56 mil votos na disputa de 2022. Como dirigente da sigla em Goiás, deverá buscar o fortalecimento da legenda, sobretudo para as eleições municipais de 2024 nos 246 municípios.

Rodrigues, além de substituir Campos na direção do partido, tem sobre ele a expectativa de contornar todo o poder de João Campos em Goiás, que chegou ao quarto mandato como um político influente. Ex-tucano, Campos também já teve enorme poder, além das igrejas evangélicas, na segurança pública, o que o aproximou sobremaneira do bolsonarismo.

Como não conseguiu se eleger senador, que concorreu na chapa de Gustavo Mendanha, Campos deixa o cargo de deputado em Brasília no dia 1º de fevereiro. Em entrevista ao repórter Francisco Costa do jornal O Hoje, Campos afirmou que deixaria a presidência da legenda em seis meses. “Está definido que deixarei a presidência. O partido passará por reestruturação de sua direção em nove estados. O presidente [nacional do Republicanos] Marcos Pereira e eu já dialogamos sobre isso”.

Na ocasião, Campos disse que alguns nomes haviam pedido para ocupar o cargo. “Compete exclusivamente ao Marcos definir quem me sucederá. Já se manifestaram com esta pretensão: Rogério Cruz, Rafael Gouveia, Jeferson Rodrigues e Hildo do Candango.”

O clima de despedida vinha sendo moldado desde dezembro, quando uma fonte do jornalista Wilson Silvestre, sob anonimato, elogiou: “João Campos fez um grande trabalho à frente do partido em Goiás, mas a dinâmica da política mudou com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu perfil está muito identificado com o bolsonarismo, portanto, por uma questão estratégica é melhor ter Jeferson como interlocutor regional”.

Jeferson não terá o mesmo protagonismo de João Campos por pelo menos um aspecto: o fato de, como Campos, ter tido um bom trânsito no Alvorada nos idos tempos de Jair Bolsonaro como presidente da República. Embora o Republicanos tenha dito que não fará oposição à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

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