Após Justiça dar vaga para homem branco, cotista negra é nomeada na UFG
Após repercussão do caso, candidato branco desiste e cotista negra é nomeada na UFG
A jornalista Gabriela Marques, aprovada pela Lei de Cotas em um concurso realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), foi nomeada como professora do curso de jornalismo da instituição. A profissional havia perdido a vaga para um candidato branco, o qual desistiu da vaga depois da repercussão do caso.
A UFG disponibilizou 15 vagas para docência nos cursos superiores oferecidos pela instituição e algumas destas eram específicas para cotistas. Gabriela foi aprovada em terceiro lugar e, por se encaixar na cota para pessoas negras, foi declarada aprovada e nomeada ainda em abril do ano passado.
No entanto, o candidato que havia ficado em primeiro lugar, o jornalista Rodrigo Gabrioti de Lima, acionou a Justiça Federal e, em setembro, conseguiu uma medida cautelar. A defesa do candidato afirmou que a desistência ocorreu devido à pressão sofrida.
Relembre o caso
O Ministério Público Federal (MPF) já tinha solicitado revogação da sentença de medida cautelar proferida pelo juiz Urbano Leal Berquó. Segundo o procurador Marcello Santiago Wolff afirmou no documento do MPF, os argumentos utilizados por Rodrigo Gabrioti de Lima não possuíam fundamentos legais ou morais.
Durante o andamento do processo, a Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG emitiu uma nota oficial em suas redes sociais, após cobrança de posicionamento feita pelos estudantes. “A FIC reafirma seu compromisso com esta política [de cotas], com o modelo adotado pela UFG para efetivar sua aplicação e com os valores fundamentais que ela representa”, afirmou a faculdade.
No mesmo período, os estudantes da FIC também organizaram uma manifestação no local a favor da nomeação de Gabriela Marques. O estudante de jornalismo da UFG, João Vitor de Jesus, acompanhou todo o movimento gerado por essa situação e relatou para O Hoje como se sente sobre o fim deste caso:
“Essa nomeação é motivo de felicidade para nós alunos que mobilizamos e participamos de manifestações em prol do que acreditamos ser o justo. Conseguimos o que queríamos, a nomeação à quem realmente pertencia a vaga, entretanto não podemos nos acomodar e achar que esse caso é único”, disse.