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domingo, 16 de março de 2025
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Qualidade de vida

Diagnóstico precoce de fibromialgia diminui os danos socioemocionais dos pacientes

Diagnóstico precoce de fibromialgia diminui os danos socioemocionais dos pacientes

Postado em 3 de fevereiro de 2023 por Alexandre Paes
Diagnóstico precoce de fibromialgia diminui os danos socioemocionais dos pacientes
Diagnóstico precoce de fibromialgia diminui os danos socioemocionais dos pacientes. | Foto: Reprodução

Com o objetivo de permitir que os pacientes diagnosticados com Fibromialgia ou Alzheimer tenham uma maior qualidade de vida, o Fevereiro Roxo marca a campanha de conscientização para o tratamento dessas doenças. Mesmo sendo distintas, elas têm em comum o fato de não possuir cura, por isso se torna tão importante o diagnóstico precoce.

No Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS), os pacientes diagnosticados com fibromialgia participam de terapias em Grupo, desde outubro de 2016. As reuniões acontecem duas vezes por semana e tem a finalidade de fortalecer a personalidade das participantes, trabalhando o manejo dos sintomas da doença e, principalmente, fazer a relação do estado emocional e o aparecimento das crises de dor.

Dona Joana Darc Ventura, 59, conta que não aceitou inicialmente o diagnóstico da doença, mas com o tempo foi aprendendo a lidar e a reconhecer suas melhorias advindas após iniciar o tratamento em grupo. “Aqui eu aprendi que nós mesmos temos que falar não para as coisas que os outros impõem a gente. Hoje meu controle emocional é bem melhor, e minhas dores diminuem conforme meu estado emocional”, comenta.

Sem abandonar as colegas

Em tratamento há cerca de 6 anos, Eliene Jesus Correia Ribeiro, 46, não quer saber de abandonar as colegas. “Me sinto muito bem em compartilhar as minhas dores e os meus avanços. Ter fibromialgia é saber lidar com nosso próprio corpo e entender que o sistema emocional afeta o sistema motor. Sem a doutora acredito que estaria bem pior”, argumenta a paciente.

Aos 47 anos, dona Maria do Carmo ficou muitos dias sob uma cama, sem vontade de sair de casa e nem ver as pessoas. O sentimento abalado acabou afetando também seu organismo, que sempre foi a deixando com muita dor. Depois que entrou no grupo, teve uma melhoria extraordinária. “São dores horríveis, e quase incapacitantes. Só que a psicologia me ajudou bastante, sendo um aprendizado para conviver com a doença que temos. E a cada dia eu cresço mais e me impulsiona a sobreviver”, argumenta.

O trabalho da psicologia no grupo mulheres de fibra consiste em auxiliar as pacientes através de recursos psicológicos adequados, a manejar os sintomas da doença, visando reduzir a dor e ter mais qualidade de vida. A dor é biológica e existe. Porém as consequências e a manutenção dessa dor, pode sim ter origem psicológica e emocional. 

“Entendo a fibromialgia como um recado do corpo, onde de acordo com as situações e respostas emocionais a dor se eleva. Assim o estado emocional é o fator chave para o controle dos sintomas de dor, portanto, o acompanhamento psicológico é primordial para o tratamento da fibromialgia”, esclarece a psicóloga Larissa Arantes de Melo. 

Fibromialgia tem controle

A psicóloga afirma que em cada encontro ela busca mostrar para essas mulheres que a fibromialgia tem controle e manejo e que principalmente não é uma doença incapacitante. “É importante ressaltar que não apenas o acompanhamento psicológico, mas a realização de atividade física, alimentação saudável e aderir a hábitos saudáveis no geral é imprescindível”, relata.

Além das reuniões em grupo, a instituição oferece atendimento com fonoaudiólogo para estimulação cognitiva e avaliação neuropsicológica, a fim de mensurar o grau de demência. Para o diagnóstico de Lúpus, a instituição oferece atendimento com dermatologista e reumatologista, no intuito de controlar os sintomas que acometem os pacientes. 

A médica reumatologista, Dra. Yara de Paula Duarte, explica que o lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença de etiologia autoimune que acomete principalmente mulheres jovens na faixa etária entre 20 e 45 anos. “É incomum aparecer na infância, em indivíduos do sexo masculino e em idosos, porém casos de LES também são encontrados nestes grupos de pacientes. Trata-se de uma doença rara. Estima-se que no Brasil existam cerca de 65.000 pessoas com lúpus (maioria mulheres), ou seja, em média uma a cada 1.700 mulheres brasileiras são acometidas”. 

A médica afirma ainda, que a doença pode acometer qualquer órgão do corpo, visto que resulta da ação das células de defesa contra células do próprio organismo (daí o termo autoimune), porém as manifestações mais comuns são lesões na pele, articulações, alteração de células sanguíneas, alterações renais, sistema nervoso e cardiopulmonares. Esses sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto e podem ocorrer ao mesmo tempo ou de forma sequencial.

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