O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse, nesta sexta-feira (3/2), que irá pedir o afastamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, da relatória do inquérito que apura os atos terroristas que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro.

À CNN, o senador negou ter recebido orientações de Moraes para que formalizasse o depoimento sobre um suposto plano golpista que tinha como objetivo reverter o resultado das eleições. O plano teria sido arquitetado pelo ex-deputado federal Daniel Silveira (PL).

Nesta semana, Marcos disse que, em reunião com Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teriam o pressionado a utilizar uma escuta para gravar conversas com Moraes.

Na manhã desta sexta-feira, o ministro confirmou ter sido procurado por Do Val e disse que o parlamentar falou sobre uma suposta reunião. Porém, não tomou atitude porque o senador não aceitou formalizar o depoimento. “o que não é oficial, para mim não existe”, afirmou Moraes.

Marcos do Val, por sua vez, negou a versão de Moraes. “Tenho como provar que, ao comunicar ao ministro Alexandre de Moraes sobre o que estava acontecendo por escrito e testemunhalmente via mensagem de WhatsApp, em nenhum momento recebi orientações do ministro para fazer a referida formalização”, disse.

“Não fui orientado a formalizar absolutamente nada, nem por respostas a mensagens que enviei, nem pessoalmente durante o encontro que tivemos”, continuou.

Ele também disse que concedeu a Polícia Federal (PF) toda a conversa que teve com o ministro e com Daniel Silveira. O senador prestou depoimentou à PF na quinta-feira (2/2) após informações sobre o suposto plano virem a tona.

O parlamentar afirmou que enviará o pedido de afastamento de Moraes do inquérito a Procuradoria-Geral da República (PGR).