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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Descaso

Unidades de saúde de Goiânia em estado de calamidade

Dos 299 leitos de UTI da capital, 77,20% estão ocupados. Já entre as 93 UTI´s Neonatal II, apenas 9 estão desocupadas

Postado em 13 de fevereiro de 2023 por Anna Letícia Azevedo
Unidades de saúde de Goiânia em estado de calamidade
Dos 299 leitos de UTI da capital

A população goiana enfrenta desafios nos atendimentos de saúde, além das filas de espera e demora no atendimento, também estão expostos a estruturas comprometidas que se agravam com o período de chuvas. 

De acordo com a Prefeitura de Goiânia, dos 299 leitos de UTI da capital, 77,20% estão ocupados. Outro fato preocupante é que das 93 UTI´s Neonatal II da cidade, apenas 9 estão desocupadas. Como também o número de pacientes em espera por atendimento no dia 10 de fevereiro é superior a 15 mil, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, e quando somado ao interior do estado excede 18 mil pessoas em espera por atendimento 

Dentre as inúmeras reclamações que vem repercutindo, são evidenciados alguns locais específicos, O Cais Amendoeiras, Cais Vila Nova e Unidade Básica de Saúde Marinho Lemos. Esse último, a UBS do bairro Negrão de Lima recebeu atenção após a repercussão de vídeos onde aparecia o forro de algumas salas caindo, infiltração e o estado precário de algumas salas. 

CAIS 

O vereador Lucas Kitão, no dia 2 de fevereiro, denunciou o descaso encontrado no Cais Amendoeiras. “Ali, no Cais Amendoeiras, vive-se o caos. Local insalubre. Uma calamidade” declarou o vereador indignado, sobre a administração do prefeito Rogério Cruz. De acordo com o vereador, apenas um banheiro está funcionando no local para atender funcionários e pacientes. Ademais, ele também lembra que a prefeitura de Goiânia deveria ter realizado obras no prédio a mais de um ano, por determinação judicial.

Em setembro de 2022, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) realizou vistoria no Cais Vila Nova, essa resultou na determinação de interdição ética em janeiro, de 60 dias. De acordo com o Conselho, a unidade de saúde não apresenta estrutura para que os profissionais da medicina efetuem seu trabalho. Sendo assim, os médicos só deveriam voltar a função quando as melhorias na estrutura fossem realizadas. Dessa forma, sobrecarregando os Cais Novo Mundo ou Campinas que seriam as opções mais próximas para atendimentos na região. 

Nesse sentido, Renata Akutsu, estudante de 20 anos, afirma que ao recorrer ao atendimento no Cais Vila Nova, notou as falhas estruturais do local: “Olha a estrutura é bem precária, não comporta do lado de dentro todo mundo sentado, geralmente tem muita gente esperando do lado de fora para ser atendido”. Assim, na atual estação de chuvas os usuários ainda correm o risco de esperar embaixo da chuva. Além disso, Renata afirma que a sala de espera tem cadeiras quebradas, percebeu a pintura desgastada e a necessidade de manutenção em portas e janelas do local. 

Outra reclamação da estudante, é a demora para receber atendimento, o que pode ser agregada a carência de profissionais, uma vez que atualmente a unidade do bairro Vila Nova atua com número reduzido de médicos. “ Fiquei quatro horas aguardando atendimento, como era um problema no olho, me jogaram pro final por conta da classificação de prioridade”.  Ademais, ela ainda afirmou que esperou mais de uma hora pela triagem. Esse é o cenário encontrado por muitos dos moradores de Goiânia que precisam recorrer ao serviço de saúde pública. 

Promessas de Reformas

Diante dessa situação a Secretaria de Saúde Municipal de Goiânia afirma que: “O Cais Amendoeiras está entre as unidades de saúde que passarão por ampla reforma e adequações. Ao todo, somente na área da saúde, a Prefeitura de Goiânia realizará 14 construções de unidades modulares, sendo que duas serão reconstruções: Cais Goiá e Centro de Saúde Leste Universitário. Dessas 14, duas já tiveram ordem de serviço autorizada, USF Carolina Park e USF Vale dos Sonhos”.

Acerca do ambiente encontrado no Cais Vila Nova e a situação ainda não resolvida com a Cremego, a SMS afirmou que “está atendendo com quadro de médicos completo e hoje atende com 4 médicos e sem filas e atualmente passa por reformas e adequações”. Ainda assim é presenciado diariamente situações de descaso nos locais citados acima, é imprescindível a melhoria nas instalações de saúde para atender com dignidade a população Goiana.

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