Alego aprova projeto que concede gratificação a professores
Deputados chegaram a pedir vista da matéria, mas recuaram ante ao argumento do líder do governo e do presidente da CCJ
A Comissão Mista colocou em votação, na tarde da última terça-feira (14/2), o projeto da Governadoria, que cria a Gratificação de Estímulo à Efetiva Regência de Classe (Geerc) e a Gratificação de Coordenação Pedagógica (GRATCP) para valorizar os profissionais da Educação. No final do encontro, os deputados Major Araújo (PL) e Paulo Cezar Martins (PL) pediram vista da matéria, o que prejudicou a votação. Porém, depois de intensa articulação, ambos recuaram e a matéria pôde prosperar.
A queixa dos parlamentares que pediram vista passa pela falta de tempo hábil para apreciar a matéria. O recuo, porém, se deu pelo fato de que caso a matéria não fosse aprovada ainda ontem, os professores corriam risco de não receberem a gratificação ainda no mês de fevereiro.
Durante discussão do projeto, a deputado Bia de Lima (PT) disse ser favorável ao projeto, mas afirmou que se fosse possível apresentaria emenda garantindo o benefício também para quem está de licença médica e lembrou que há uma batalha maior a ser travada que é reformular a carreira e pagar o piso salarial dos professores.
“Como presidente do Sintego eu digo que a tarefa maior ainda está por vir. Reformar escolas é bacana, mas educação de qualidade se faz com profissionais qualificados e valorizados. Só conquistaremos isso com uma nova carreira, tema que iremos discutir com o Governo do Estado. Goiás é atualmente o penúltimo estado no ranking dos salários dos professores”, ressaltou.
Líder do Governo, o deputado Wilde Cambão (PSD) pediu celeridade na deliberação da matéria para que ela fosse votada ainda na reunião da última terça-feira, pois caso contrário os professores não iriam receber a gratificação no mês de fevereiro. Ele garantiu que os profissionais da regência de bandas também receberão o benefício.
“A ideia do projeto é pagar todos que estão na sala de aula. O projeto é muito claro. Isso não é uma ação apenas do Governador. É uma ação do Estado. Há um reconhecimento da categoria. Nunca se viu na história de Goiás a Educação votar tão em peso num governador como votou nessa eleição.
O presidente da Comissão, Wagner Neto, ressaltou que a matéria tem de ser aprovada até nesta quarta-feira, dia 15, pois, do contrário, muitas pessoas deixarão de receber o reajuste do mês de fevereiro. Ele reforçou o pedido feito pelo líder do Governo para que os deputados abrissem mão do pedido de vista, o que não aconteceu.
Outro a falar sobre o assunto foi o deputado Fred Rodrigues (DC) que, apesar de não comprometer o andamento do texto, expôs sua indignação com a celeridade. “Queria ressaltar que recebemos esse projeto ontem, um projeto muito sério. E nós que estamos começando precisamos de mais tempo hábil para poder ler. Inclusive, esse projeto chegou aqui de um jeito e, pelo que estou entendendo, está saindo de outro. Já existe uma modificação nele a ponto de abarcar alguns professores que não estavam contemplados”, disse.
“A minha grande preocupação é que isso parece se tornar um ato recorrente. Esse projeto da reforma administrativa do governo também foi enviado para gente com um prazo ínfimo para apreciação. E agora esse também é apresentado com praticamente 24 horas de apreciação. Não sei como vocês veem isso, mas me parece um certo desprestígio com essa Casa e fico preocupado se serão os quatro anos assim”, concluiu.