Mãe suspeita de matar as duas filhas recebe laudo de transtorno psicótico pelo TJ-GO
A mulher continua internada em clínica psiquiátrica no aguardo de julgamento
A Junta Médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) apresentou um laudo pericial, o qual aponta que Izadora Alves de Faria, suspeita de matar as duas filhas, sofre de transtorno psicótico. A mulher de 31 anos teria cometido o crime no dia 27 de setembro de 2022, na cidade de Edéia, a 120 quilômetros de Goiânia.
Segundo o documento, no dia do crime, a investigada era “inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato” e de “determinar-se de acordo com esse entendimento”. Dessa forma, como consta no artigo 26 do Código Penal, Izadora não poderia ser responsabilizada penalmente. A mulher está internada em uma clínica psiquiátrica, de onde ainda aguarda o julgamento.
No laudo, obtido pelo O Popular, consta que Izadora tem transtorno mental alienante com alteração de juízo da realidade, com queixas de delírios e alucinações. Além disso, o documento também indica necessidade de internação psiquiátrica, uma vez que os sintomas não estão controlados. Também tem a sugestão de acompanhamento da investigada pelo Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO).
Sobre o caso
A mãe das duas crianças, de 6 e 4 anos, teria cometido o crime na casa onde a família morava. Após o ocorrido, o pai das meninas chegou ao local e encontrou os corpos em um colchão. Algumas horas depois, a suspeita foi localizada pela polícia em um matagal, onde tentava tirar a própria vida. Izadora chegou a ser internada no dia seguinte, mas os exames de insanidade só foram realizados no dia 7 de fevereiro deste ano.
Em relato para a polícia, a acusada disse que chegou a procurar psicólogo quando mais nova, pois já havia escutado vozes e tido alucinações algumas vezes. A mulher ainda declarou que, no período em que o crime aconteceu, essas vozes afirmaram que o marido dela e pai das crianças estava abusando das filhas. Segundo a mulher, diante desta situação, pensou em matar as filhas e se matar também.
A polícia também ouviu uma familiar dos envolvidos no caso. Em testemunho, essa pessoa contou que, alguns meses antes do crime, Izadora disse que queria uma arma para se defender. Na época, a familiar afirma não ter percebido que a mulher estava em surto e que também tinha medo de interná-la. Conforme apurado pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), o relato da testemunha coincide com outra informação: a de que Izadora teria viajado para Goiânia atrás de uma arma, um tempo antes do crime.