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domingo, 21 de dezembro de 2025
Casos de dengue

Aparecida registra queda de 43,3% nos casos de dengue

Apesar da queda, SMS reforça prevenção de focos de água parada neste período chuvoso, época em que os criadouros do mosquito Aedes aegypti

Ronilma Pinheiropor Ronilma Pinheiro em 5 de janeiro de 2024
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Apesar da queda

O número de casos confirmados de dengue em Aparecida de Goiânia foi de 12.465, em 2023, o que representa uma redução de 43,3% em relação ao ano de 2022, quando o município registrou 21.837 casos. Apesar disso, A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade faz um alerta a população para a prevenção de focos de água parada neste período chuvoso, época em que os criadouros do mosquito Aedes aegypti –  transmissor da dengue – tendem a aumentar, sendo necessário um esforço conjunto para prevenir o avanço da dengue e de outras doenças transmitidas pelo inseto.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico Arbovirose de Aparecida, a redução para o ano de 2023 pode ser justificada pela baixa vulnerabilidade imunológica da população, pelo contato prévio com o vírus do ano 2022, além da execução das medidas previstas no plano de ação do município para o período chuvoso. Enquanto isso, o expressivo número registrado em 2022 foi impactado por múltiplos fatores, dentre eles: a sazonalidade da doença, redução das ações de controle vetorial nos anos 2020 e 2021, em decorrência das restrições impostas pela pandemia pelo Sars-CoV-2, acarretando na suspensão temporária das visitas domiciliares.

Segundo a SMS, o aumento ou a redução de casos de dengue pode ser influenciado por fatores diversos, incluindo: condições climáticas; migração de pessoas infectadas; imunidade da população; falhas no controle de vetores; problemas de infraestrutura e sazonalidade. É importante ressaltar que as razões para a variação na quantidade dos casos de dengue podem variar dependendo da região e das circunstâncias específicas de cada localidade. 

O Superintendente de Vigilância em Saúde Ambiental de Aparecida, Edson Fernandes, relaciona a queda no número de incidências à intensificação das ações de combate realizadas durante todo o ano, onde foram promovidas ações educativas, visitas domiciliares, recolhimento de pneus e outras formas de prevenção. “Em 2023, os nossos agentes fizeram mais visitas nos domicílios e com isso a gente teve essa redução nos casos notificados. Além disso, outras ações também foram ações rotineiras como a coleta de pneus foram intensificadas”, pontua o superintendente.

A dengue é uma arbovirose – doença causada por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos – de grande impacto na saúde pública devido sua magnitude e transcendência social e econômica em que as condições do ambiente, sobretudo urbano, favorecem o desenvolvimento e proliferação do Aedes aegypti. A dengue é caracterizada como uma doença febril aguda, com espectro clínico variando desde quadros febris inespecíficos até manifestações graves com hemorragia e choque.

Ela é transmitida por quatro sorotipos conhecidos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Os principais sintomas são febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, dor ao redor dos olhos e dores musculares e nas articulações. Depois de três a sete dias do início dos sintomas, quando a febre começa a baixar, o paciente pode entrar na chamada fase crítica da doença, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O infectologista Marcelo Daher, destaca que no caso da dengue hemorrágica, que ocorre quando o sistema imunológico da pessoa apresenta uma reação exacerbada à presença do vírus, pode ser fatal para algumas pessoas. O especialista pontua que não há transmissão pelo contato direto com um doente ou suas secreções, nem por meio de fontes de água ou alimento.

As residências seguem como o principal local onde os focos de dengue são encontrados. Cerca de 70% desses criadouros estão nos domicílios da cidade, segundo o superintendente. Os outros 30% são encontrados em pneus descartados de forma irregular, que também são um dos principais criadouros do mosquito. Esses materiais geralmente são encontrados em borracharias e terrenos baldios. “Atualmente o nosso grande gargalo é dentro das residências da população”, reitera.

Desse modo, nessa luta contra o mosquito causador não só da dengue, mas também do Zika Vírus e da Chikungunya, a população tem um papel fundamental. “Nós precisamos da ajuda das pessoas, a gente sempre reforça e sempre pede nas nossas palestras, nas nossas conversas, nas empresas, nos colégios, nas igrejas, que a população nos ajude”, salienta.

Atualmente a classificação pelo grau de risco do município é de Médio Risco, de acordo com o coeficiente de incidência das 04 últimas semanas de 2023. Isso significa que a incidência dos casos notificados está abaixo de 100 casos por 100 mil habitantes. O cenário sugere a manutenção da articulação de todas as esferas do poder público municipal, assim como da população em relação às medidas de prevenção e controle já implementadas, evitando alcançar a situação de “Alto Risco para epidemia Dengue”.

Para o ano que se inicia, a orientação é a mesma: combater os focos de acúmulo de água, que são locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, como os vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas. Edson Fernandes reitera que a população deve se empenhar em diminuir os focos do mosquito e criadouros de larvas dentro de casa. 

Além disso, é importante manter o lixo bem fechado e promover o descarte correto de móveis e outros objetos que possam reter a água da chuva. Para ajudar a população, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia dispõe do Disque-busca, que faz a retirada e a destinação correta de móveis velhos, eletros e eletrônicos. O serviço é gratuito e funciona de segunda a sexta-feira. A solicitação é feita através do telefone 3545-9969 e 3283-3644.

Além disso, Aparecida mantém canais de denúncia, para que os moradores informem pneus acumulados, imóveis fechados, piscinas abertas ou abandonadas, caixas d’água destampadas e outras irregularidades que possam aumentar a infestação das doenças.

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