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terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Cuidado com os Pequenos

Pais aproveitam período de férias para fazer check-up nas crianças

Os consultórios costumam ficar cheios desses pacientes que conquistam o coração dos profissionais, em período de recesso escolar, segundo médica pediatra

Postado em 10 de janeiro de 2024 por Yasmin Farias
Pais aproveitam período de férias para fazer check-up nas crianças

Um dos momentos mais aguardados pelas crianças são as férias escolares. Nesse período do ano, longe das tarefas obrigatórias da escola, opções para se divertir é o que não falta para os pequenos. No entanto, além de brincar e ter momentos de lazer, é importante que antes destas atividades, haja uma série de cuidados para manter a saúde desses pequenos em dia.

Pensando nisso, muitos pais aproveitam o recesso escolar para levar as crianças ao médico, onde fazem consultas e exames de rotina. Esse é o caso da Ariane Sanches Bueno, 38 anos, mãe da pequena Valentina Sanches Bueno, de 6 anos.

Valentina sofre de paralisia cerebral, que afetou a sua parte motora. Ela tem dificuldades para se locomover e cai com frequência devido à falta de equilíbrio. Por isso faz tratamentos periódicos de seis em seis meses. Mas é nas férias escolares, que a mãe aproveita para colocar outras consultas em dia. “Já levei ela no oftalmologista e também no  endocrinologista na parte”, conta a microempresária, ao dizer que a filha faz uma série de acompanhamentos médicos, como ortopedia, neurologia, na endocrinologia, oftalmologia e fisioterapia. “Antes do retorno das aulas quero levá-la ao pediatra para fazer alguns exames de rotina”, acrescenta.

A pedagoga Júlia Maria Dias, 36 anos, mãe do Mateus e do Miguel, de 5 e 7 anos, leva os pequenos ao pediatra para fazer um check up completo toda vez que entram de férias, além de atualizar a caderneta de vacinação. “Eles não têm problemas sérios de saúde, só mesmo a rinite que piora com o tempo mais seco, mas levo sempre ao médico para conferir a saúde deles”, diz a mãe ao lembrar que quando os filhos eram menores, costumavam ficar doentes, porém, com o passar dos anos foram adquirindo imunidade. “Graças a Deus, saúde de ferro por aqui”, brinca.

Ao levar os filhos ao médico, eles costumam fazer exames de rotina como o de sangue, urina, a verificação do pulmãozinho e da garganta, que são solicitados pelo médico responsável pelo atendimento.

Em período de férias escolares, os consultórios costumam ficar cheios desses pacientes que conquistam o coração dos profissionais, segundo a médica pediatra Giselle Pulice. “Percebo um maior número de consultas de rotina para o famoso “checkup”, onde os pais se preparam para levar a criança tanto no médico quanto no laboratório”, comenta. Nesse período, até o jejum se torna mais fácil de fazer para os pequenos, pois as crianças acordam mais tarde e não precisam também faltar às atividades curriculares.

Os exames dependem do tipo de queixa ou problema de saúde que a criança está sentindo, mas em geral, quando o assunto é prevenção,  a Academia Americana de Pediatria orienta primeiro a coleta de sangue para checar indícios de anemia e estoque de ferro. Se necessário, também, podem ser solicitados testes de urina e fezes, segundo a médica.

Após esses procedimentos, teoricamente, os exames devem ser repetidos apenas aos 2 e 5 anos. “Porém, nas famílias com antecedentes de diabetes e doenças cardiovasculares a periodicidade dos exames nas crianças podem ser alterados”, explica a pediatra. Independente de ser obesa ou não, aos 10 anos de idade, é solicitado pelo médico o lipidograma, exame que avalia o metabolismo das gorduras no sangue, colesterol e triglicerídeos – principais gorduras do nosso organismo e servem como uma reserva de energia.

A especialista destaca que é importante que as crianças antes de saírem de férias sejam avaliadas pelo pediatra. “Nessa consulta, avaliamos como está a saúde em geral. Nem sempre pedimos exames laboratoriais ou de imagem, se não for necessário naquele momento”, detalha. Além disso, a caderneta de vacinação da criança deve ser checada, devido às áreas endêmicas para determinadas doenças no país.

A orientação de Pulice para esse período para quem vai viajar, é sobre alimentação e rotina de sono, pois estes mudam muito ao sair de férias e podem causar prejuízo para as crianças. Os pais e responsáveis precisam ficar atentos ainda à  hidratação das crianças, bem como o tipo de proteção solar adequada para sua idade e peso e qual o tipo de repelente pode usar. “Outro ponto importante das consultas pré férias: conscientização dos riscos de acidentes, que aumentam cerca de 25% neste período”, salienta.

Montar uma “farmacinha” com as principais medicações que seu filho poderá receber numa situação de doença, também é um importante negócio segundo a médica. “Ao preparar a mala, leve roupas leves, de preferência com proteção UV e bonés”.

Atividades físicas e sedentarismo

Um dos grandes perigos para a criançada com a chegada das férias, é o sedentarismo, haja vista que os pequenos ficam mais tempo na frente das telas e exercitam menos o corpo. Pulice pontua que esse período é importante para desenvolver na rotina as atividades físicas, que foram se perdendo ao longo do tempo. “Desde os primeiros meses, as crianças devem ser incentivadas a se movimentar, sendo importante a disponibilização de ambientes desafiadores e diversificados para o movimento”, destaca.

A partir dos 2 anos, o essencial é que a criança faça de 30 a 60 minutos por dia de atividade física vigorosa, apropriada para a idade, entre 3 e 5 vezes por semana, segundo a especialista. “Mais que uma tarefa de número de horas e de regras a cumprir, movimentar-se deve ser uma grande fonte de prazer, de autoconhecimento e de compreensão do mundo”, pontua.

As habilidades motoras são constituídas na primeira forma de expressão afetiva, inteligência e autoconhecimento. É nesse processo de explorar o mundo, que a criança descobre as propriedades físicas dos objetos, compreende as consequências de suas ações, compreende os próprios limites, aprende os costumes e valores de sua cultura e desenvolve autonomia.

O exercício físico, segundo a pediatra, deve encorajar a criança a explorar suas potencialidades de movimento, permitindo a ampliação de seu repertório motor de maneira criativa e desafiadora, principalmente nos primeiros anos.

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