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sábado, 10 de agosto de 2024
Cuidado com os Pequenos

Pais aproveitam período de férias para fazer check-up nas crianças

Os consultórios costumam ficar cheios desses pacientes que conquistam o coração dos profissionais, em período de recesso escolar, segundo médica pediatra

Postado em 10 de janeiro de 2024 por Yasmin Farias de Sousa
Pais aproveitam período de férias para fazer check-up nas crianças

Um dos momentos mais aguardados pelas crianças são as férias escolares. Nesse período do ano, longe das tarefas obrigatórias da escola, opções para se divertir é o que não falta para os pequenos. No entanto, além de brincar e ter momentos de lazer, é importante que antes destas atividades, haja uma série de cuidados para manter a saúde desses pequenos em dia.

Pensando nisso, muitos pais aproveitam o recesso escolar para levar as crianças ao médico, onde fazem consultas e exames de rotina. Esse é o caso da Ariane Sanches Bueno, 38 anos, mãe da pequena Valentina Sanches Bueno, de 6 anos.

Valentina sofre de paralisia cerebral, que afetou a sua parte motora. Ela tem dificuldades para se locomover e cai com frequência devido à falta de equilíbrio. Por isso faz tratamentos periódicos de seis em seis meses. Mas é nas férias escolares, que a mãe aproveita para colocar outras consultas em dia. “Já levei ela no oftalmologista e também no  endocrinologista na parte”, conta a microempresária, ao dizer que a filha faz uma série de acompanhamentos médicos, como ortopedia, neurologia, na endocrinologia, oftalmologia e fisioterapia. “Antes do retorno das aulas quero levá-la ao pediatra para fazer alguns exames de rotina”, acrescenta.

A pedagoga Júlia Maria Dias, 36 anos, mãe do Mateus e do Miguel, de 5 e 7 anos, leva os pequenos ao pediatra para fazer um check up completo toda vez que entram de férias, além de atualizar a caderneta de vacinação. “Eles não têm problemas sérios de saúde, só mesmo a rinite que piora com o tempo mais seco, mas levo sempre ao médico para conferir a saúde deles”, diz a mãe ao lembrar que quando os filhos eram menores, costumavam ficar doentes, porém, com o passar dos anos foram adquirindo imunidade. “Graças a Deus, saúde de ferro por aqui”, brinca.

Ao levar os filhos ao médico, eles costumam fazer exames de rotina como o de sangue, urina, a verificação do pulmãozinho e da garganta, que são solicitados pelo médico responsável pelo atendimento.

Em período de férias escolares, os consultórios costumam ficar cheios desses pacientes que conquistam o coração dos profissionais, segundo a médica pediatra Giselle Pulice. “Percebo um maior número de consultas de rotina para o famoso “checkup”, onde os pais se preparam para levar a criança tanto no médico quanto no laboratório”, comenta. Nesse período, até o jejum se torna mais fácil de fazer para os pequenos, pois as crianças acordam mais tarde e não precisam também faltar às atividades curriculares.

Os exames dependem do tipo de queixa ou problema de saúde que a criança está sentindo, mas em geral, quando o assunto é prevenção,  a Academia Americana de Pediatria orienta primeiro a coleta de sangue para checar indícios de anemia e estoque de ferro. Se necessário, também, podem ser solicitados testes de urina e fezes, segundo a médica.

Após esses procedimentos, teoricamente, os exames devem ser repetidos apenas aos 2 e 5 anos. “Porém, nas famílias com antecedentes de diabetes e doenças cardiovasculares a periodicidade dos exames nas crianças podem ser alterados”, explica a pediatra. Independente de ser obesa ou não, aos 10 anos de idade, é solicitado pelo médico o lipidograma, exame que avalia o metabolismo das gorduras no sangue, colesterol e triglicerídeos – principais gorduras do nosso organismo e servem como uma reserva de energia.

A especialista destaca que é importante que as crianças antes de saírem de férias sejam avaliadas pelo pediatra. “Nessa consulta, avaliamos como está a saúde em geral. Nem sempre pedimos exames laboratoriais ou de imagem, se não for necessário naquele momento”, detalha. Além disso, a caderneta de vacinação da criança deve ser checada, devido às áreas endêmicas para determinadas doenças no país.

A orientação de Pulice para esse período para quem vai viajar, é sobre alimentação e rotina de sono, pois estes mudam muito ao sair de férias e podem causar prejuízo para as crianças. Os pais e responsáveis precisam ficar atentos ainda à  hidratação das crianças, bem como o tipo de proteção solar adequada para sua idade e peso e qual o tipo de repelente pode usar. “Outro ponto importante das consultas pré férias: conscientização dos riscos de acidentes, que aumentam cerca de 25% neste período”, salienta.

Montar uma “farmacinha” com as principais medicações que seu filho poderá receber numa situação de doença, também é um importante negócio segundo a médica. “Ao preparar a mala, leve roupas leves, de preferência com proteção UV e bonés”.

Atividades físicas e sedentarismo

Um dos grandes perigos para a criançada com a chegada das férias, é o sedentarismo, haja vista que os pequenos ficam mais tempo na frente das telas e exercitam menos o corpo. Pulice pontua que esse período é importante para desenvolver na rotina as atividades físicas, que foram se perdendo ao longo do tempo. “Desde os primeiros meses, as crianças devem ser incentivadas a se movimentar, sendo importante a disponibilização de ambientes desafiadores e diversificados para o movimento”, destaca.

A partir dos 2 anos, o essencial é que a criança faça de 30 a 60 minutos por dia de atividade física vigorosa, apropriada para a idade, entre 3 e 5 vezes por semana, segundo a especialista. “Mais que uma tarefa de número de horas e de regras a cumprir, movimentar-se deve ser uma grande fonte de prazer, de autoconhecimento e de compreensão do mundo”, pontua.

As habilidades motoras são constituídas na primeira forma de expressão afetiva, inteligência e autoconhecimento. É nesse processo de explorar o mundo, que a criança descobre as propriedades físicas dos objetos, compreende as consequências de suas ações, compreende os próprios limites, aprende os costumes e valores de sua cultura e desenvolve autonomia.

O exercício físico, segundo a pediatra, deve encorajar a criança a explorar suas potencialidades de movimento, permitindo a ampliação de seu repertório motor de maneira criativa e desafiadora, principalmente nos primeiros anos.

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