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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Casos de Dengue

18 municípios goianos estão na classificação de alto risco de dengue da SES-GO

As três localidades com o maior risco são: Aurilândia, com uma incidência de 994, Perolandia (895) e Cocalzinho de Goiás (845)

Postado em 18 de janeiro de 2024 por Ronilma Pinheiro
Os dados são da semana epidemiológica 52 do ano passado e semanas 1

Ao menos 18 municípios de Goiás aparecem na tabela de classificação de alto risco para incidência de casos de dengue da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). As três localidades com o maior risco são: Aurilândia, com uma incidência de 994, Perolandia (895) e Cocalzinho de Goiás (845). Os dados são da semana epidemiológica 52 do ano passado e semanas 1, 2 e 3 de 2024.

O cálculo mede a possibilidade da população adoecer por dengue segundo o número de casos de dengue no município registrados nas últimas 4 semanas dividido pela população do local. O resultado é multiplicado por 100.000.

Dessa forma, a classificação é considerada de Baixo Risco para os municípios que têm menos de 100 casos notificados para cada grupo de 100.000 habitantes. São considerados de Médio Risco, as povoações com até 299 casos notificados para cada grupo de 100.000 habitantes. Enquanto os municípios com 300 ou mais casos notificados para cada grupo de 100.000 habitantes, são considerados de Alto Risco para incidência de dengue.

A partir deste monitoramento, a SES busca junto às cidades formas de combater o problema. A superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim, ao falar sobre as ações de combate às arboviroses, destaca que a grande preocupação da secretaria é com a dengue e chikungunya, uma vez que há um aumento significativo no número de casos em algumas regiões do estado. Diante da situação, os trabalhos para combater a doença são feitos em parcerias entre os municípios e a Saúde do Estado.

“A gente vem trabalhando com os municípios em relação à importância do manejo ambiental, das ações de combate ao vetor e também da preparação da assistência para receber um possível aumento de demanda”, pontua a superintendente.

Flúvia afirma que, ao todo, 66 municípios já ultrapassaram a média de casos esperada para o período. “Esses municípios estão sendo trabalhados e monitorados pela Secretaria Estadual para que a gente tenha uma tentativa de controle dessa infestação do Aedes”, salienta a superintendente ao dizer que os trabalhos visam a diminuição do número de casos.

Para lidar com os casos já confirmados, há uma preparação da rede de saúde que trabalha no atendimento desses pacientes, como é o caso das capacitações dos servidores, a fim de evitar uma possível evolução do quadro. Somente este ano, foram feitas duas capacitações com mais de 600 profissionais de saúde em todo o estado, entre médicos, enfermeiros e biomédicos, segundo a superintendente. 

Estas qualificações ocorrem de maneira híbrida, ou seja, as orientações são ministradas de forma presencial e online. Esse método favorece os profissionais dos locais mais distantes que não precisam se deslocar de suas cidades até a capital, segundo Flúvia.

Em Cocalzinho de Goiás, uma força tarefa foi montada com a participação da secretaria de meio ambiente e agentes da vigilância sanitária. A fim de combater o mosquito, os servidores realizam fiação em obras com limpeza de lotes, coleta de lixo e outras ações. “É um trabalho que precisa ser feito diariamente”, salienta a coordenadora da vigilância em saúde do município, Fabíola Cândido de Souza.

Fabíola diz ao jornal O Hoje que a Secretaria de Saúde trabalha com ações de combate ao vetor. “Estamos fazendo as ações educativas com a população. Os agentes comunitários e de endemias trabalham juntos, fazendo visitas domiciliares, explicando quais são os manejos de prevenção da doença”, detalha.

A prefeitura da cidade também distribui panfletos informativos para conscientizar a população sobre a necessidade de fazer limpezas periódicas nos quintais, a fim de combater os focos de acúmulo de água, que são locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença, como os vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

A coordenadora informa ainda que somente nas duas primeiras semanas epidemiológicas foram notificados 112 casos de dengue no município. A cidade precisou passar pelo isolamento viral, onde foi descoberto que o vírus circulante na localidade é o tipo 2. Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás, é o local com o maior número de casos, segundo Fabíola.

A coordenadora destaca que algumas pessoas estão internadas com dengue hemorrágica e um óbito está sob investigação das autoridades de saúde. “É uma paciente que chegou no hospital do município com todos os sinais e sintomas e ela já tinha sido atendida no Hospital de Águas Lindas, de Goiás. Após receber alta, ela veio para cá no outro dia, já com sintomas finais”, detalha.

A mulher que reclamava de dores abdominais intensa e diarréia forte faleceu antes mesmo que um leito fosse liberado para que ela fosse internada, segundo a coordenadora.

Municípios com o maior número de casos

Em relação às cidades com o maior número de casos da doença, Águas Lindas de Goiás lidera o ranking, com 993 casos, seguida por Anápolis com 809. Em terceiro lugar está o município de Jataí com 754 casos de dengue. Goiânia, classificada como Baixo Risco, aparece na tabela com 681 ocorrências, enquanto Aparecida de Goiânia está com 339.

Como medida preventiva, a SES instalou uma estratégia coordenada para apoio aos 246 municípios goianos no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, em especial a dengue, chikungunya e zika. A ação é realizada por meio de uma parceria entre a SES e a Defesa Civil de Goiás, que ajudará na coordenação tanto da Sala de Situação Estadual quanto nas salas de situação dos municípios.  

Na última segunda-feira, (15), a estratégia coordenada foi instalada no prédio da Coordenação de Vigilância em Saúde de Águas Lindas de Goiás. O município foi escolhido para o início da ação coordenada devido ao cenário epidemiológico e à importância da cidade no Estado. O local registrou um aumento de casos de dengue no final de 2023, acendendo o sinal vermelho para uma epidemia da doença na cidade.

Só em 2024 foram notificados 431 casos de dengue no município, com nenhuma morte confirmada. O número de notificações indica um aumento de 180% em relação ao mesmo período do ano passado.

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