Carlos Jordy tem ‘forte ligação’ com organizador de atos golpistas, diz PGR
O vínculo entre Jordy e Carlos Victor, foi indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a partir de conversas
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) teria “forte ligação” com Carlos Victor de Carvalho, identificado pela Polícia Federal (PF) como uma “liderança da extrema direita” de Campos dos Goytacazes (RJ). O deputado foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (18/1).
O vínculo entre Jordy e Carlos Victor, foi indicado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a partir de conversas por mensagem nas quais Carlos Victor pede orientações e autorizações do deputado para organizar atos golpistas após as eleições de 2022.
Os mandados de busca e apreensão foram solicitados pela PGR e autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Nas redes sociais, o deputado nega relações com golpistas.
Diálogos, no entanto, comprovariam a ligação entre o deputado e golpistas. Veja abaixo o diálogo entre os dois no dia 1º de dezembro de 2022 – em meio à sequência de bloqueios nas rodovias federais:
Carlos Victor: Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo.
Carlos Jordy: Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?
Carlos Victor: Posso irmão. Quando quiser pode me ligar.
Segundo a PGR, os dois chegaram a falar por telefone no dia 17 de janeiro de 2023, uma semana após os atos golpistas de 8 de janeiro.
A investigação foi aberta para apurar os movimentos de bloqueios de estradas. Porém, durante as apurações, especificamente quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou fontes abertas, foi possível observar indícios que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o deputado federal Carlos Jordy”.
A Procuradoria-Geral da República afirma que o vínculo “transpassa” o lado político “denotando-se que o parlamentar, além de orientar grupo expressivo de pessoas, tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”.
O Ministério Público afirma que Carlos Victor é uma”liderança da extrema-direita local, responsável por administrar mais de 15 grupos de WhatsApp, com temáticas extremistas”. AS investigações concluíram que ele “organizou eventos antidemocráticos na cidade de Campos dos Goytacazes”.
Ele, segundo a PGR, tinha o “hábito de trocar mensagens” dcom o deputado. Ao todo, são 627 registros , entre mensagens de texto, áudio, anexos e ligações. A maioria das conversas ocorreram entre agosto e outubro de 2022, período de campanha presidencial.