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sábado, 23 de novembro de 2024
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Futuro de Rio Verde

O vale do silêncio de Lissauer Vieira em tempos de (in)definição 

Ex-deputado afirma que o tempo é de ficar calado, enquanto, no PL, articula uma chapa capaz de desmoronar projeto de sucessão de Paulo do Vale

Postado em 20 de janeiro de 2024 por Yago Sales
Lissauer Vieira tenta formar um grupo

Rio Verde tem um “dono”. E ele carrega, no cerne da história política e empresarial da cidade, o poderio que pode, sim, definir o futuro da cidade: Paulo do Vale, o atual prefeito. Cobiçado, é o antecessor dos sonhos de “qualquer um”. Mas tem gente de calibre grosso tentando o apoio do prefeito, entre eles, o do ex-deputado estadual, que presidiu a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PL). 

Paulo do Vale, no entanto, tem deixado, como que de canto de boca, aparecer alguma intenção de lançar o atual vice-prefeito, Wellington Carrijo, do MDB. Embora haja na cidade uma birra entre Paulo do Vale e a presidente do MDB municipal, a deputada federal Marussa Boldrin, o próprio prefeito manifestou, recentemente, que União Brasil e MDB vão caminhar juntos. 

Enquanto isso, Lissauer Vieira tenta formar um grupo, mais ligado ao bolsonarismo do agronegócio, para contrapor ao projeto de Paulo do Vale. Em conversa com a reportagem do jornal O Hoje na tarde da sexta-feira (19), Lissauer evitou dar detalhes das tratativas. Fugiu às questões que mais suscitam dúvidas. “Trabalho construído a passos lentos”, disse, por exemplo, acerca de como o PL tem se movimentado na cidade, sobretudo em direção à construção de uma chapa forte, capaz de ajudá-lo no processo eleitoral que se finda em outubro. 

Sobre o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele dá de ombros para, por exemplo, acenos de Valdemar Costa Neto a Lula. “Estou firme, tentando agradar os partidos”, comentou, discretamente, seguindo o tom que tem adotado como estratégia. 

Lissauer, contudo, dá uma demonstração de tranquilidade sobre como o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) vai se comportar nos palanques da disputa local. “Nossa candidatura independe”. 

O ex-deputado e ex-todo-poderoso da Alego classifica como “natural” o prefeito Paulo do Vale “lançar outro candidato”. “Está com a máquina na mão”, pontuou, depois de demonstrar pequena surpresa do avanço de conversas internas de Carrijo ser, de fato, o nome à sucessão de Paulo do Vale. 

Em suma, num silêncio quase sepulcral, Lissauer demonstra maturidade ao citar que a prioridade, por enquanto, é montar sua chapa. “Momento não é de falar muito”, disse ele, que ainda afirmou que não tem falado com Caiado. A afirmação não é nenhuma novidade. Embora tenha sido considerado uma peça-chave no projeto de reeleição de Caiado em 2022, houve, segundo aliados, um distanciamento do ex-deputado com o morador da Casa Verde. 

Por isso, o desafio agora é contrapor a um homem que não quer deixar o osso, no caso, Paulo do Vale que, conforme escreveu o colunista da Xadrez do jornal O Hoje, Wilson Silvestre,  que Paulo permite, com “sua personalidade centralizadora só permite pessoas à sua volta se forem obedientes e rezarem em sua cartilha política”. Este é um ponto favorável ao Lissauer. 

Silvestre classifica o jeito de Vale como “meio feudal nas tratativas para costurar alianças”, o que, como escreveu, “acabou criando um problema para a base de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela em Rio Verde”. Afinal, o atual prefeito pretende ter o MDB em sua base, mas não aceita a deputada federal Marussa Boldrin comandar o diretório municipal e montar uma nominata de vereadores. “Paulo teme que Marussa apoie um adversário de seu grupo, mesmo a deputada sendo fiel à base caiadista”. O jeito é aguardar.

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