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domingo, 11 de agosto de 2024
Interferência

Diretor da Abin de Lula interferiu em investigação, diz PF

Os agentes, porém, afirmam não ter sido possível identificar o objetivo da interferência.

Postado em 25 de janeiro de 2024 por Carlos Monteiro
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Os agentes

Investigadores da Polícia Federal (PF) que participaram da Operação Vigilância Aproximada afirmam que, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) interferiu na investigação. Os agentes, porém, afirmam não ter sido possível identificar o objetivo da interferência. A informação é do portal Metrópoles.

A informação consta no relatório que autorizou a operação. Um dos alvos da ação foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ele foi diretor-geral da Abin durante o governo Jair Bolsonaro e é suspeito de usar a estrutura da agência em favor do ex-presidente.

A PF, no entanto, afirma que a Abin teria continuado interferindo durante o governo Lula.

Um trecho do relatório que teve o sigilo quebrado pelo ministro do Supremo Tribunal Eleitoral (STF), Alexandre de Moraes, indica que: “A gravidade ímpar dos fatos é incrementada com o possível conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin, cujo resultado causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”.

Policiais fizeram críticas em relação a atuação do ex-diretor de Inteligência da PF, Alessandro Moretti, que hoje tem cargo na Abin. Em reunião com investigados, Moretti teria dito que a apuração seria “fundo político e iria passar”.

“Não é a postura esperada de delegado”, aponta o relatório que embasou as ordens de busca expedidas pelo ministro Moraes.

O documento também aponta que a reverberação das declarações da direção da Abin “possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmar a existência de ‘fundo político’ ao declarar se tratar de ‘Politização e disputas mesquinhas de poder com a Inteligência de Estado’, em demérito à presente investigação”.

Moraes afirma que a Abin “teria instrumentalizado a mais alta agência de inteligência brasileira para fins ilícitos de monitoramento de alvos de interesse político, bem como de autoridades públicas, sem a necessária autorização judicial” durante o governo Bolsonaro.

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