Com mais acesso à informação e maior disponibilidade de programas de assistência social, o número de famílias goianas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal cresceu 68% nos últimos três anos.

Segundo os dados do serviço de Consulta, Seleção e Extração de Informações (Cecad 2.0) do CadÚnico consultados pela reportagem, o número de famílias goianas inscritas no programa seguiu estável de outubro de 2013 até o mesmo mês de 2020. Entre acréscimos e quedas, a média era de 830 mil famílias inscritas.

A partir de dezembro de 2020 as inscrições cresceram mês a mês, sem novas quedas. Ultrapassou um milhão de inscritos, pela primeira vez, em fevereiro de 2022, e encerrou dezembro de 2023 com 1.393.931 famílias goianas inscritas.

Em números totais, são 3,165 milhões de goianos inscritos no CadÚnico, o que representa 44,8% dos moradores do estado conforme a atualização demográfica feita pelo IBGE no último Censo 2022.

Desse total, 1.305.358 (41%) eram membros de famílias em situação de pobreza, faixa que, segundo o Governo Federal na atualização de 2023, considera aquelas famílias que recebiam até R$ 218 per capita ao mês. Outros 898.824 (28%) eram de famílias de baixa renda, vivendo com até meio salário mínimo por pessoa, e 961.738 (30%) recebiam acima de meio salário mínimo per capita.

Considerando o recorte por gênero, as mulheres são maioria, principalmente nas faixas etárias de 18 a 44 anos, o que indica elevado números de famílias tendo as mulheres como principais responsáveis pelo sustento — em muitos casos, mães solos. Na faixa dos 25 aos 34 anos, as mulheres somam 68,3% do total de inscritos, mesmo percentual na faixa de 35 aos 39.

Os resultados observados em Goiás seguem a mesma tendência vista no País. A média de inscrições em todo o País girava em torno de 28,3 milhões de famílias entre 2013 e 2020. As inscrições cresceram mês a mês a partir de 2021 e chegaram a 43,8 milhões em dezembro de 2023, um aumento de 55,1%.

O CadÚnico

O Cadastro Único do Governo Federal reúne informações sobre as condições financeiras das famílias em situação de vulnerabilidade, incluindo aquelas em situação de extrema pobreza, pobreza e baixa renda. Por meio das informações atualizadas do CadÚnico, o poder público federal e dos estados e municípios organizam e controlam as políticas públicas de assistência social.

No âmbito federal, os principais benefícios que utilizam as informações do cadastro são o Bolsa Família, o programa Minha Casa, Minha Vida, o Benefício de Prestação Continuada, também chamado de Loas, a Tarifa Social de Energia Elétrica, o direito de isenção de taxa de inscrição em concursos públicos e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre outros.

Em Goiás, a inscrição no CadÚnico é requisito para a participação das famílias no Programa Mães de Goiás, que concede benefício mensal de R$ 300 para mulheres com filhos de 0 a 6 anos de idade e em situação de vulnerabilidade social. Até outubro de 2023, o programa já atingia 110 mil famílias. Outro programa de destaque é o Dignidade, que beneficia com R$ 300 mensais pessoas que tenham entre 60 anos e 64 anos em situação de pobreza ou de extrema pobreza.

Já o Programa Universitário do Bem (ProBem), que também exige o CadÚnico, representa a oportunidade de jovens em situação de vulnerabilidade social de acessar bolsas de estudos integrais e parciais para a primeira graduação em Instituições de Ensino Superior privadas ou públicas não gratuitas de Goiás. As bolsas parciais correspondem a 50% do valor da mensalidade limitados a R$ 650. Já as integrais correspondem a 100% do valor da mensalidade limitados a R$ 1.500.