General Heleno intimado a depor sobre esquema de informações ilegais na Abin
Ex-chefe do GSI deve prestar depoimento à PF na próxima terça-feira (6)
O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, foi intimado a prestar depoimento na próxima terça-feira (6) no âmbito da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, que apura a produção de informações ilegais dentro da Abin.
A investigação aponta para a existência de um esquema que teria sido montado durante a gestão de Jair Bolsonaro para fornecer dados sigilosos e produzir relatórios falsos para beneficiar o governo e aliados.
Heleno, que comandava o GSI à época, era o superior hierárquico da Abin e, portanto, pode ter conhecimento sobre o esquema. A intimação para depor foi expedida pela PF após a análise de mensagens obtidas em celulares apreendidos durante a operação, que indicam a participação de assessores do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, na obtenção de informações ilegais da agência.
Operação mira “principais destinatários” de informações ilegais
A Operação Vigilância Aproximada deflagrada nesta segunda-feira (29) pela PF cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a 13 investigados, incluindo Carlos Bolsonaro, no Rio de Janeiro, Brasília, Formosa (GO) e Salvador (BA). O objetivo é identificar os “principais destinatários e beneficiários” das informações produzidas clandestinamente pela Abin.
Segundo a PF, as mensagens interceptadas revelam que os assessores de Carlos Bolsonaro usavam servidores da Abin para obter dados sigilosos sobre adversários políticos, como endereços, telefones e informações bancárias.
Investigação pode ter impacto nas eleições de 2024
A investigação sobre o esquema de espionagem na Abin pode ter impacto nas eleições presidenciais de 2024. Jair Bolsonaro, que ainda não oficializou sua candidatura, é um dos principais alvos da PF.
A PF investiga se o esquema foi usado para beneficiar o ex-presidente e seus aliados durante a campanha eleitoral de 2022.
O general Heleno negou qualquer envolvimento no esquema de espionagem. Em nota, ele disse que “jamais teve conhecimento de qualquer atividade ilegal na Abin” e que “está à disposição da Polícia Federal para prestar todos os esclarecimentos necessários”.
Com informações da Agência Brasil