Mulher e bebê morrem após parto em maternidade de Goiânia
Fagna Maria Sampaio de Oliveira, tinha 37 anos, morreu após complicações em parto na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Goiânia
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Fagna Maria Sampaio de Oliveira, tinha 37 anos, e esperava ansiosamente pela chegada da filha Larinha. A mulher que trabalhava como cuidadora de idosos, havia deixado de trabalhar desde que completou sete meses de gravidez. Na última quarta-feira (24), já com 9 meses de gestação, Fagna sentiu as dores de contrações e foi com a filha mais velha ao hospital de Santo Antônio do Descoberto, município onde morava com a família.
Após ser atendida na unidade de saúde, a mulher foi encaminhada para o Hospital Estadual da Mulher (Hemu) em Goiânia, onde deu entrada na quinta-feira (25). No Hemu ela passou por exames de toque e foi constatado que não havia dilatação, por isso, a mulher precisou voltar na unidade no dia seguinte. “Aí a gente foi cedo, no outro dia, chegou lá, ela continuou com as dores”, diz a filha de 19 anos, Júlia Vitória.
Julia destaca que o encaminhamento do hospital de Santo Antônio do Descoberto era para que a mãe fizesse uma cesariana, uma vez que Fagna estava com diabetes gestacional, o que apresentava risco durante o parto. “ Quando a gente passou pela médica, a médica falou que estava tudo bem com ela e que ela podia voltar”, relata. “A médica foi grossa com a gente. Ela falou que se os médicos aqui de Santo Antônio quisessem eles faziam o parto aqui e que lá quem mandava era eles”, conta a mulher ao afirmar que a médica chegou a bater sobre a mesa enquanto falava.
Após isso, a profissional solicitou alguns exames de ultrassom e exame para escutar os batimentos cardíacos do bebê. O exame que foi realizado duas vezes no coraçãozinho da pequena Lara mostrou que os batimentos estavam entre 160 a 188.
“Aí a gente voltou na sala da médica, e ela assinou nos documentos que o coraçãozinho dela estava a 141 batimentos cardíacos, quando na verdade, só chegou nesse 141 umas ou duas vezes”, declara. Após questionamentos de mãe e filha, a médica alegou que os batimentos estavam altos porque a bebê estava se mexendo com muita frequência. “Ela mandou a gente ir pra casa e deu um encaminhamento para a gente voltar na segunda para fazer a indução, porque ela disse que como ela me teve normal, que ela ia ter a outra normal também”, comenta Julia, além de dizer que a médica não deu uma garantia se tudo ficaria bem com a mãe.
Fagna mais uma vez voltou para casa e retornou ao hospital. Era por volta das 16h30 quando deu entrada no Hemu. Mas o hospital falou que não seria possível fazer o parto da mulher, alegando que a gestação já havia passado de 38 semanas. Assim, a grávida foi transferida para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, também na capital. “A gente já entrou na maternidade e eles já iniciaram os processos de indução do parto”.
Depois de passar a madrugada sentindo dores e sem sucesso no parto, novos exames mostraram que o coração da criança já não estava mais batendo. A mulher foi levada para sala de cirurgia, mas o bebê nasceu já sem vida. Posteriormente, a filha foi informada de que a mãe também havia falecido. Assim, mãe e bebê perderam a vida na maternidade.
Agora, a família busca respostas e justiça sobre o caso, segundo a filha. “A gente vai na polícia civil, fazer o boletim de ocorrência e fazer de tudo para que outras mãezinhas não sofram o que a gente está sofrendo, que nenhuma família sofra isso, que nenhuma família perca seus bebês e nem as mamães”, finaliza.
Pronunciamento dos hospitais
Em nota, o Hospital Estadual e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (HEMNSL) informa que a mulher deu entrada na unidade hospitalar no dia 29 de janeiro às 14 horas. Que a paciente, que teve parto cesárea com 38 semanas completo, permaneceu o tempo todo acompanhada por uma equipe multiprofissional da maternidade.
Segundo a maternidade, durante a realização do parto ocorreram intercorrências clínicas, exigindo o encaminhamento da mulher para outra unidade de saúde com suporte de UTI. A vaga foi solicitada ao complexo regulador e a paciente permaneceu sendo assistida pela equipe profissional da maternidade, tendo piora do quadro clínico, evoluindo para óbito. O caso foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO).
Também por meio de nota, o Hospital Estadual da Mulher Dr. Jurandir do Nascimento (Hemu) lamentou as mortes e disse que se solidariza com a família. O hemu informou ainda que a diretoria da unidade está avaliando o atendimento prestado e como foi a conduta dos profissionais no hospital. “A direção está checando todas as informações para que, possíveis medidas sejam tomadas, caso seja constatado qualquer irregularidade”, diz a nota.