Número de crianças e adolescentes que investem cresce 83% em 2023
Atualmente, pais e responsáveis podem criar uma conta no Tesouro Direto, no CPF da criança ou adolescente, em aproximadamente cinco minutos
Investir em ações ou títulos financeiros está cada vez mais simples e tem feito muita gente sair da tradicional poupança. Hoje em dia, a compra de ativos financeiros está tão fácil que pode ser feita em casa, pelo celular, por meio de um aplicativo bancário. Essa facilidade tem feito com que até crianças e adolescentes tenham contas ativas, geridas pelos pais, em corretoras de investimentos.
Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, o número de contas ativas em nome de menores de 18 anos no Tesouro Direto teve aumento de 83% em 2023, contabilizando 28.426 contas até o fim do mês de dezembro. As informações constam no Relatório Anual da Dívida Pública (RAD) relativo a 2023, divulgado pela STN no dia 30 de janeiro.
Entre os títulos mais procurados pelos pais para atender os filhos está o Tesouro Educa+, modelo de título lançado no último ano e que é voltado para o custeio de estudos no futuro, como o pagamento de faculdade e intercâmbio. O título conta com a ferramenta Tesouro Direto Coletivo, funcionalidade que permite que familiares e amigos façam contribuições para a conta da criança ou adolescente, inclusive por meio de PIX.
Para facilitar o investimento no título, o Tesouro Direto aprimorou o cadastro rápido disponível no site do programa. Atualmente, pais e responsáveis podem criar uma conta no Tesouro Direto, no CPF da criança ou adolescente, em aproximadamente cinco minutos e, depois disso, elaborar iniciativas no Tesouro Direto Coletivo. Ainda de acordo com a STN, o Tesouro Educa+ alcançou um total de R$ 93,5 milhões investidos.
Para o subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira, o panorama para emissões de títulos variados, incluindo o Educa+, apresentou notável melhora a partir de novembro, mantendo-se positivo também no início de 2024. “O ano começou bastante positivo, com o mercado com bastante apetite por títulos do Tesouro. Em janeiro, conseguimos captar R$ 158 bilhões com prazo médio de 5,15 anos”, disse o subsecretário.
“Não é apenas um volume bastante elevado, comparado com os últimos anos, mas também com prazo médio bastante elevado, em relação às outras emissões. Uma janela interessante se abriu para nós, este ano, e aproveitamos essa janela”, reforçou. Essa emissão de R$ 158 bilhões ficou R$ 40 bilhões acima do que era projetado para o mês. “Foi o melhor janeiro em nossa série histórica”, disse Ladeira.
Educa+ e Renda+
Segundo a STN, o Educa+ foi desenvolvido em parceria com a B3, tendo como base uma pesquisa do economista Prof. Dr. Robert C. Merton – vencedor do prêmio Nobel de Economia de 1997 – e do Prof. Arun Muralidhar. Com ele, o interessado investe na acumulação de títulos durante um período e quando o filho(a) alcançar a idade para iniciar a universidade ele passa a receber os frutos desse investimento, mensalmente, por 5 anos, que é o prazo médio dos cursos de graduação.
Além do Educa+, outro modelo de investimento no Tesouro lançado em 2023 foi o Renda+. O título foi criado como um modo de se preparar para o momento da aposentadoria, garantindo uma renda extra mensal. O Renda+ adapta o conceito da previdência privada para os títulos públicos, simplificando o processo de investimento. O investidor faz aportes mensais até o ano em que planeja se aposentar. A partir daquele momento, passa a receber os frutos do investimento mensalmente por 20 anos. Até dezembro, a novidade já havia atraído 67 mil investidores, com montante total de R$ 1,4 bilhão.
Novos investidores
Em dezembro, 312.411 novos participantes se cadastraram no Tesouro Direto, resultando em 4.435.438 novos cadastrados no ano de 2023. O número total de investidores cadastrados ao fim do ano atingiu 26.918.583, o que representa aumento de 19,7% nos últimos doze meses. O número de investidores ativos, por sua vez, chegou a 2.479.455, uma variação de 16,5% nos últimos doze meses. No mês, houve acréscimo de 35.780 investidores ativos.
Quanto ao estoque do Tesouro Direto, o montante fechou dezembro com R$ 128,2 bilhões, o que significa aumento de 1,6% em relação ao mês anterior (R$ 126,2 bilhões) e aumento de 22% sobre dezembro de 2022 (R$ 105,1 bilhões). Os títulos remunerados por índices de preços respondem pelo maior volume no estoque, alcançando 48,6%. Na sequência, aparecem os títulos indexados à taxa Selic, com participação de 37,7%, e os títulos prefixados, com 13,7%.