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sábado, 10 de agosto de 2024
Saldo Positivo

Com menos burocracia, Goiás bate recorde em abertura de empresas

Com o resultado de janeiro, Goiás segue na liderança do ranking de abertura de novos negócios nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

Postado em 9 de fevereiro de 2024 por Ícaro Gonçalves
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Goiás segue na liderança do ranking de abertura de novos negócios nas regiões Norte

Em janeiro de 2024, Goiás registrou um saldo positivo de 3.243 novas empresas abertas. Segundo informações da Junta Comercial de Goiás (Juceg), o número é 21% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, que teve saldo de 2.688 novos CNPJs, e o maior índice registrado para o mês desde 2020.

Do total de novos negócios abertos, 440 atuam em serviços combinados de escritório e apoio administrativo, seguido por 241 empresas de serviços similares não especificados na categoria anterior. O comércio varejista de bebidas aparece em terceiro lugar no ranking, com 210 novos negócios abertos em janeiro.

Com o resultado registrado em janeiro, Goiás segue na liderança do ranking de abertura de novos negócios nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com registros na RedeSim. Para o presidente da Juceg, Euclides Barbo Siqueira, a atração de novos negócios para o estado deve seguir em crescimento. “Pelo que registramos apenas neste início de ano, dá para acreditar que esse vai ser um novo ano de recordes”, considera.

Em entrevista ao jornal O Hoje, o advogado e especialista em direito empresarial Henrique Esteves destaca dois pontos considerados chaves para entender o número recorde de janeiro: a desburocratização nos processos para abertura de empresas em Goiás e a posição estratégica do estado em relação a outras unidades federativas.

“Goiás está em uma posição favorável no centro do País, conectando quase todas as regiões, isso influencia positivamente a economia e a abertura de empresas. Além disso, nos últimos anos tivemos avanços favoráveis na legislação, com a aprovação da lei de liberdade econômica, e a lei de desburocratização, além da digitalização de processos, como no caso da Juceg, que está 100% digital. Hoje a abertura de uma empresa leva apenas alguns minutos”, descreve Henrique Esteves.

Ainda de acordo com o advogado, o ambiente de digitalização favoreceu em especial a criação de empresas de Microempreendedores Individuais (MEIs), que empreenderam em meio à pandemia de covid-19, mas permaneceram com seus próprios negócios mesmo após o fim da epidemia. “Muitos tiveram que se realocar no mercado devido às quedas dos empregos. É natural que daqui pra frente o empreendedorismo siga aumentando”, finaliza.

Abertura recorde de MEIs

Como mostrado em levantamento exclusivo do jornal O Hoje no dia 9 de janeiro, o número de novos MEIs em Goiás cresceu em ritmo acelerado a partir de 2019. Até dezembro de 2023, 7 a cada 10 MEIs ativos no estado haviam sido abertos nos últimos quatro anos.

Em 2019 eram 199.050 microempreendedores com CNPJ ativo. As inscrições cresceram ano a ano até chegar a 605.678 em 2023, o que representa aumento de 204% em quatro anos. Especificamente em 2023, o primeiro trimestre foi o período de maior abertura de empresas MEIs, com 28.857 registradas. 

Para se enquadrar como Microempreendedor Individual o empreendedor tem critérios a seguir, entre eles: ter um ganho anual de até R$ 81 mil; ter no máximo um empregado contratado que receba o salário-mínimo ou o piso da categoria, além de não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Entre os benefícios está a formalização do negócio, com a garantia de direitos como aposentadoria por idade, auxílio-doença, além de melhores condições para a obtenção crédito em instituições financeiras e comerciais. 

Outra medida que pode beneficiar ainda mais os microempreendedores e a abertura de novas empresas é o aumento do teto do faturamento máximo permitido para se enquadrar como profissional autônomo no MEI. A medida é estudada pelo Governo Federal e poderá elevar de R$ 81 mil para R$ 144,9 mil o limite anual de faturamento para a categoria. 

A medida depende de aprovação do Congresso Nacional. No regime tributário simplificado, os microempreendedores individuais pagam apenas a contribuição para a Previdência Social e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou o Imposto sobre Serviços (ISS), dependendo da atividade. 

Em todo o País existem atualmente 15,4 milhões de MEIs registrados. Com o novo teto de faturamento, informou o Mdic, 470 mil novas empresas poderão se transformar em MEI. A pasta não divulgou a estimativa de renúncia fiscal com a medida. De acordo com a Receita Federal, o governo deixa de arrecadar R$ 5,2 bilhões por ano com o regime especial.

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