Felipe Cardoso e Francisco Costa 

Nos bastidores da política goianiense, o comentário é que o nome do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), foi, de certa forma, alavancado pelas recentes festividades. Estruturas montadas pela prefeitura em diferentes partes da cidade trouxeram ao goianiense a sensação de que, sim, Goiânia tem Carnaval. Foram seis dias de festa com diferentes temas. Teve espaço, inclusive, àqueles que não são adeptos da comemoração aos moldes ‘tradicionais’ e a festança, sediada na Praça Cívica, coração de Goiânia, terminou, na noite da última terça, ao som de rock. 

Nos corredores do Paço não se fala em outra coisa: Rogério acertou a mão. O prefeito, natural do Rio de Janeiro, berço do carnaval brasileiro, soube como ninguém imprimir o espírito da folia nas ruas de uma cidade de raízes bem distantes às carnavalescas. A Polícia Militar de Goiás (PMGO) estima que ao longo de todos os dias mais de 130 mil pessoas passaram pelo evento.

O palco contou com apresentações de artistas reconhecidos nacionalmente. Mas não só. “Mais importante do que a festa foi a oportunidade dada aos nomes locais. Para cada show principal, tínhamos pelo menos dez artistas locais com direito a apresentação e cachê”, comentou em entrevista ao O HOJE o secretário de Cultura, Zander Fábio. 

“Nosso objetivo de democratizar o acesso à cultura e também diversificar todos os gêneros culturais foi alcançado. Foram dias de recorde de público. Chegar ao último dia com um saldo de 130 mil pessoas prestigiando arte, música, as escolas de samba, os blocos e as bandas é muito gratificante. Isso confirma nosso compromisso com o incentivo e valorização dos artistas locais. Foi uma festa muito bonita, eclética e saudável”, pontuou.

Politicamente, a leitura é que o prefeito ganhou força com a festa, especialmente em ano eleitoral onde Rogério luta incansavelmente para chegar mais competitivo à disputa que se aproxima. Se cair no gosto do povo, pode, inclusive, contar com o apoio do governador Ronaldo Caiado (UB), o que é tido como o ‘sonho’ de qualquer nome na corrida deste ano.

Rogério, inclusive, tem motivos para, de fato, sonhar com esse cenário. Conforme mostrado recentemente pelo O HOJE, nenhuma outra palavra pode definir melhor o que há entre o prefeito e o governador do que lealdade. Isso porque Cruz se revelou um verdadeiro escudeiro, sobretudo no pleito em que reelegeu Caiado em 2022. 

À época, o prefeito deixou de lado o próprio partido que estava na chapa de Mendanha – que concorreu como adversário de Caiado – para declarar apoio ao governador. Para tanto, contudo, Rogério tem uma missão que, para alguns pode parecer impossível: se tornar mais popular, ou seja, crescer nas pesquisas. E é nesse contexto que a interpretação sobre os últimos dias é quase que unânime: a — bem organizada — festança na capital contribuirá e muito com isso.