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sábado, 23 de novembro de 2024
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Flagrante fatal

Imagens de câmeras de vigilância registram assassinato de empresário em Goiânia

Especialistas divergem sobre o impacto da divulgação de imagens de crimes nas mídias sociais

Postado em 17 de fevereiro de 2024 por Rauena Zerra
Bruno Baião Lobo

Nesta semana, um crime tomou grande repercussão nas mídias sociais e chocou o povo goiano. Imagens de câmeras de vigilância flagraram o momento em que um empresário foi morto ao sair de casa para receber uma encomenda, segundo a Polícia Civil.

O empresário Bruno Baião Lobo, de 40 anos, sai à rua e, logo na sequência é atingido por disparos, caindo ao chão. O crime aconteceu no Residencial Junqueira, em Goiânia, por volta das 6h30, na região próxima a saída para Trindade, na manhã de quinta-feira (15).

É possível ver a vítima sendo surpreendida pelo atirador logo após estacionar seu veículo em uma rua próxima à GO-060, na saída para Trindade.

Ainda de acordo com informações da Polícia Civil, Bruno era empresário do ramo de distribuição de alimentos, e foi alvejado por diversos disparos de arma de fogo quando saiu de sua residência para receber uma encomenda de queijos.

Antes dos disparos, Bruno e o executor ficam frente a frente. O empresário tenta se proteger com os braços enquanto o criminoso faz mais de cinco disparos contra ele.

Segundo o Delegado de Polícia João Paulo Mendes, Bruno não tinha passagens policiais e, quando retirou seu veículo da garagem, um homem chegou numa motocicleta vermelha, vestido com uma blusa de frio e calça jeans, e surpreendeu a vítima, efetuando pelo menos 6 disparos com um revólver contra a vítima.

Na sequência o homem sobe na motocicleta e sai tranquilamente. Inicialmente nenhuma linha de investigação foi descartada e a Polícia Civil está em diligências para identificar o autor e a motivação do crime.

De capacete e blusa de frio com capuz, o atirador fugiu em uma moto que estava estacionada na frente de um caminhão. A execução do empresário foi registrada pelas câmeras de segurança.

Divulgar ou não? A polêmica das imagens de vigilância e o impacto jurídico

Com a ampla disseminação das imagens pelos meios de comunicação em geral, o ocorrido desencadeou um debate nas redes sociais acerca da utilização ou não das imagens de vigilância que exibem a violência de forma explícita.

Alguns usuários das redes sociais são defensores da ampla divulgação dessas imagens, argumentando que isso poderia contribuir para esclarecer o caso. Por outro lado, há aqueles que discordam, salientando que os familiares da vítima podem eventualmente se deparar com tais imagens.

Em entrevista ao Jornal O Hoje, o especialista em direito penal Marcus Vinícius Holanda defende que essa divulgação excessiva das imagens acaba prejudicando, em termos jurídicos, mais do que auxiliando.

O advogado ressaltou que quando uma investigação está em andamento, sobretudo na fase de inquérito policial, em que ainda não há um processo consolidado, o indivíduo ainda não se torna réu. A pessoa só adquire tal status quando está sendo questionada sobre uma acusação séria com base legal. Nesse momento, a responsabilidade da investigação cabe às autoridades.

Sendo assim, a Polícia Civil dispõe de todos os recursos ao seu alcance. Tais recursos incluem profissionais especializados, a polícia científica, delegados, agentes e escrivães. Em outras palavras, a atuação fica limitada a essas funções. “A competência, nesse momento, é da Polícia Civil. A competência não é da sociedade de saber, não é da sociedade, dá palpite.” diz.

Por outro lado, o advogado criminalista, Alex Queiroz, defende que a divulgação das imagens tem o potencial de auxiliar de várias maneiras.

Sendo a primeira delas, por meio do reconhecimento de características físicas, roupas e gestos. A segunda, através da identificação do veículo utilizado. Ao levar em consideração esses fatores, a comunidade pode se unir e contribuir fornecendo informações ou até mesmo identificando o suspeito.

Os especialistas concordam que é importante que as autoridades e os veículos de mídia ajam com responsabilidade ao divulgar informações sobre crimes, levando em consideração o impacto potencial que essas informações podem ter na investigação e na justiça, bem como no bem-estar dos familiares da vítima.

Pontuando que a exposição nas mídias, pode causar traumas adicionais à família da vítima, dificultando o processo de luto e recuperação.

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