Imagens de câmeras de vigilância registram assassinato de empresário em Goiânia
Especialistas divergem sobre o impacto da divulgação de imagens de crimes nas mídias sociais
Nesta semana, um crime tomou grande repercussão nas mídias sociais e chocou o povo goiano. Imagens de câmeras de vigilância flagraram o momento em que um empresário foi morto ao sair de casa para receber uma encomenda, segundo a Polícia Civil.
O empresário Bruno Baião Lobo, de 40 anos, sai à rua e, logo na sequência é atingido por disparos, caindo ao chão. O crime aconteceu no Residencial Junqueira, em Goiânia, por volta das 6h30, na região próxima a saída para Trindade, na manhã de quinta-feira (15).
É possível ver a vítima sendo surpreendida pelo atirador logo após estacionar seu veículo em uma rua próxima à GO-060, na saída para Trindade.
Ainda de acordo com informações da Polícia Civil, Bruno era empresário do ramo de distribuição de alimentos, e foi alvejado por diversos disparos de arma de fogo quando saiu de sua residência para receber uma encomenda de queijos.
Antes dos disparos, Bruno e o executor ficam frente a frente. O empresário tenta se proteger com os braços enquanto o criminoso faz mais de cinco disparos contra ele.
Segundo o Delegado de Polícia João Paulo Mendes, Bruno não tinha passagens policiais e, quando retirou seu veículo da garagem, um homem chegou numa motocicleta vermelha, vestido com uma blusa de frio e calça jeans, e surpreendeu a vítima, efetuando pelo menos 6 disparos com um revólver contra a vítima.
Na sequência o homem sobe na motocicleta e sai tranquilamente. Inicialmente nenhuma linha de investigação foi descartada e a Polícia Civil está em diligências para identificar o autor e a motivação do crime.
De capacete e blusa de frio com capuz, o atirador fugiu em uma moto que estava estacionada na frente de um caminhão. A execução do empresário foi registrada pelas câmeras de segurança.
Divulgar ou não? A polêmica das imagens de vigilância e o impacto jurídico
Com a ampla disseminação das imagens pelos meios de comunicação em geral, o ocorrido desencadeou um debate nas redes sociais acerca da utilização ou não das imagens de vigilância que exibem a violência de forma explícita.
Alguns usuários das redes sociais são defensores da ampla divulgação dessas imagens, argumentando que isso poderia contribuir para esclarecer o caso. Por outro lado, há aqueles que discordam, salientando que os familiares da vítima podem eventualmente se deparar com tais imagens.
Em entrevista ao Jornal O Hoje, o especialista em direito penal Marcus Vinícius Holanda defende que essa divulgação excessiva das imagens acaba prejudicando, em termos jurídicos, mais do que auxiliando.
O advogado ressaltou que quando uma investigação está em andamento, sobretudo na fase de inquérito policial, em que ainda não há um processo consolidado, o indivíduo ainda não se torna réu. A pessoa só adquire tal status quando está sendo questionada sobre uma acusação séria com base legal. Nesse momento, a responsabilidade da investigação cabe às autoridades.
Sendo assim, a Polícia Civil dispõe de todos os recursos ao seu alcance. Tais recursos incluem profissionais especializados, a polícia científica, delegados, agentes e escrivães. Em outras palavras, a atuação fica limitada a essas funções. “A competência, nesse momento, é da Polícia Civil. A competência não é da sociedade de saber, não é da sociedade, dá palpite.” diz.
Por outro lado, o advogado criminalista, Alex Queiroz, defende que a divulgação das imagens tem o potencial de auxiliar de várias maneiras.
Sendo a primeira delas, por meio do reconhecimento de características físicas, roupas e gestos. A segunda, através da identificação do veículo utilizado. Ao levar em consideração esses fatores, a comunidade pode se unir e contribuir fornecendo informações ou até mesmo identificando o suspeito.
Os especialistas concordam que é importante que as autoridades e os veículos de mídia ajam com responsabilidade ao divulgar informações sobre crimes, levando em consideração o impacto potencial que essas informações podem ter na investigação e na justiça, bem como no bem-estar dos familiares da vítima.
Pontuando que a exposição nas mídias, pode causar traumas adicionais à família da vítima, dificultando o processo de luto e recuperação.