Para a trajetória do Major Vitor Hugo, principalmente, política, não há nenhum empecilho que o faça dizer “não” às orientações do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Vice-presidente estadual do Partido Liberal – do qual o presidente é o senador Wilder Morais -, Vitor Hugo ouviu, nos últimos meses, um conselho de Bolsonaro que ele colocou esta semana em prática: lançar-se como pré-candidato a vereador de Goiânia. 

Sobre isto, ele contou detalhes em uma entrevista no programa Momento Político do Hoje News, canal no You Tube do Grupo O Hoje. Vitor Hugo esteve na redação do jornal nesta quinta-feira (7), ocasião em que afirmou que está disposto a contribuir com a gestão da cidade com a qual tem relação há mais de 20 anos. 

Na entrevista, ele não afirma, mas sabe que sim, que, eleito vereador, pode arrastar mais uns dois com ele. Vitor Hugo, graças a Jair Bolsonaro, tem votos. Claro, e ele mesmo reconhece, preciso de um empurrãozinho do Delegado Waldir em 2018 para chegar à Câmara dos Deputados. Eleito, foi puxado de canto pelo presidente eleito e, escolhido como líder do governo na Câmara, se encontrou no olho do furacão. E mudou sua biografia. 

Major Vitor Hugo, próximo de Bolsonaro, deixou de ser “apenas” – o que, de fato, não é apenas – o servidor para assuntos militares na Câmara dos Deputados para ser um dos homens mais respeitados e assediados da República. Fosse um político faceiro, teria sido trucidado pela imprensa. Modesto, não é dado a radicalismo – tanto que não foi pego com nenhuma pulga de qualquer cisco de tentativa de golpe em seu entorno. A sina dele, contudo, é, por enquanto, reconhecer a forte influência de Gustavo Gayer rumo à Prefeitura de Goiânia. 

Outro fator importante para Vitor Hugo na Câmara Municipal: Ele vai estar próximo do eleitorado goianiense e ter um lugar de fala. Com os bons resultados que obteve enquanto deputado federal, enviando verbas gordas interior adentro, Vitor Hugo, em 2026 – e isto não lhe é descartado – vai poder concorrer à Câmara dos Deputados com chances reais de retornar. 

Na entrevista, ele também foi questionado sobre o que parece ser – mais um – fim do “namorico” entre o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o ex-presidente Bolsonaro. Bolsonaro não tem gostado da maneira com que Caiado e seu grupo tem velado o cadáver político de Bolsonaro. Em outras palavras, ao lançar o nome do goiano como pré-candidato à Presidência como representante da direita, ganhando o espólio de Bolsonaro que, por ora, está inelegível até 2030. 

Sobre isto, Vitor Hugo reconhece que Caiado é um nome importante para a disputa eleitoral de 2026, mas afirma que, dentre os sujeitos no em torno de Bolsonaro, o sucessor natural é o governador de São Paulo, Tarcisio Freitas (Republicanos). E acredita que, sim, pega mal essa insistência do nome de Caiado como pré-candidato da base bolsonarista enquanto o discurso que o ex-presidente e seu grupo deverá adotar é de que ele vai ressurgir das cinzas – o que não aconteceu com Lula em 2018 – e se tornar candidato a presidente em 2026.