O clima entre os pré-candidatos à prefeitura Adriana Accorsi (PT) e Vanderlan Cardoso (PSD) é ameno. Tanto, que conversas sobre apoio e composição, de fato, existem. Quem garante é a própria deputada federal petista. 

Entre os rumores que ganharam força na imprensa recentemente, está de que o senador Vanderlan Cardoso poderia indicar o vice dela, sendo ele, o ex-deputado Samuel Almeida. O político faz parte da Igreja Assembleia de Deus e é irmão do pastor Abnair Almeida.

Ao ser questionada se existe, de fato, essa conversa, Accorsi confirma. “Sim, existe e fiquei feliz. Samuel é um nome de grande representatividade no meio político e evangélico”, declarou ao Jornal O Hoje. Segundo ela, o andamento da conversa é bom. 

Questionada se existem contrapartidas, ela diz que não. Ela ressalta, por exemplo, que não existe um combinado do PT apoiar Izaura Cardoso, esposa de Vanderlan e pré-candidata ao paço de Senador Canedo. “Para mim não foi colocada essa contrapartida, mas tudo pode ser conversado”, argumenta. “Até as convenções podemos continuar as conversas.”

Vanderlan

Vanderlan Cardoso tem tratado Adriana com deferência em todas as conversas com o Jornal O Hoje. O senador, outrora bolsonarista, reforça a postura de centro do PSD e de conversar com todos que buscam diálogo.

Apesar dos rumores, Cardoso tem mantido a pré-candidatura. Já disse, em mais de uma ocasião, que pode ser confirmada em breve. Inclusive, a expectativa seria este mês de março. Claro, a definição só vale com as convenções. Então, mesmo que haja a confirmação por agora, a composição com o PT ainda é possível.   

Vale destacar, Vanderlan vislumbra três possibilidades. Ele pode manter a pré-candidatura e disputar a prefeitura de Goiânia, este ano. Aliados, inclusive, veem o momento como mais propício, visto que o congressista já bateu na trave duas vezes – foi ao segundo turno em 2016 e 2020. 

Mas não só isso. Ele também pode optar por tentar a reeleição, em 2026. Com esse apoio ao PT, o presidente estadual do PSD pode ter essa contrapartida para negociar e permanecer mais oito anos no Senado. 

Contudo, há, ainda, a possibilidade de Vanderlan Cardoso concorrer ao governo de Goiás. O senador disputaria, provavelmente, contra o hoje vice-governador, Daniel Vilela (MDB). Outros possíveis adversários seriam: o senador Wilder Morais (PL) e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). 

Duas disputas

Tanta Adriana quanto Vanderlan disputaram duas vezes o paço de Goiânia. Em 2016, Accorsi terminou na quinta colocação com 6,73% dos votos válidos. Vanderlan, por sua vez, foi ao segundo turno e foi derrotado por Iris Rezende por 57,7% a 42,3%.

Em 2020, os dois voltaram para a disputa. Adriana subiu duas posições e terminou na terceira posição, com 13,39% do eleitorado. Cardoso, mais uma vez, foi ao segundo turno. O resultado foi 52,6% a 47,4% para Maguito Vilela.

Movimento no PSD

Na última semana, o vereador Lucas Kitão (PSD) lançou pré-candidatura alternativa ao paço de Goiânia. Vanderlan evitou comentar. Disse que caberia ao presidente metropolitano, Ismael Alexandrino, que não respondeu ao Jornal O Hoje. 

Kitão lançou a pré-candidatura em 27 de fevereiro, no auditório do Hotel SJ Premium, no setor Oeste, em Goiânia. O evento contou com a presença do ex-presidente do PSD, Vilmar Rocha. 

Nos bastidores, uma fonte da legenda acredita que o movimento tem por objetivo tentar prejudicar a pré-candidatura de Vanderlan. Este interlocutor não afirma, contudo, de onde parte esse ato. 

O ex-presidente Vilmar Rocha garante não haver conspiração. O político é próximo do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem Vanderlan é rompido desde que Daniel Vilela foi anunciado como pré-candidato a vice, ainda em 2021. 

Apesar disso, outra fonte é mais “simples” no raciocínio e vê a possibilidade de Kitão “fazer barulho” para garantir densidade eleitoral para a reeleição de vereador. Para esta pessoa, a pré-candidatura é um balão de ensaio.