Após anos de espera e trabalho, os brotos finalmente nasceram, literalmente. Aos seus quase 91 anos de vida, a segunda capital mais nova do País recebe um prêmio considerado estimável pela Organização das Nações Unidas (ONU), como a “Cidade Árvore do Mundo”. O prêmio concedido a Goiânia neste domingo (10), significa um reconhecimento dos investimentos feitos pela capital na arborização urbana.

Ao todo, existem mais de 950 mil árvores plantadas nas diversas vias, parques e Áreas de Proteção Permanente (APP), segundo a pesquisa feita durante a instauração do novo plano diretor de arborização que entrou em vigor em janeiro de 2024. Além disso, são mais de 60 parques municipais que somam 94 metros quadrados (m²)de área verde por habitante, quase oito vezes a mais do recomendado pela ONU, de apenas 12 m². Caso os planos de arborização continuem, os números de árvores plantadas devem superar o teto de 1 milhão em pouco menos de um ano. 

Sobre isso, a importância de cuidar do que existe é tão importante quanto o plantio de novas espécimes. Por causa disso, o Superintendente de Gestão Ambiental e Licenciamento, Ormando Pires disse que cada etapa de vida da árvore é planejada dentro da mente dos especialistas. “Contamos com uma equipe multidisciplinar que estuda e planeja quais espécies de árvores possuem mais compatibilidade com a área”.

Dito isso, fala que já atuam em áreas com alta densidade populacional e déficit de arborização, como Campinas que possui alto fluxo de pessoas com pouca cobertura verde. A falta dessa vegetação pode criar ilhas de calor, que afetam o bem estar social e a qualidade de vida dessas pessoas. Além disso, a ausência pode diminuir a qualidade do ar e propiciar o desenvolvimento de doenças respiratórias. “Acredito que muitos goianienses hoje em dia consigam relacionar as árvores com qualidade de vida”, disse o superintendente.  

Com isso, falou como o novo plano diretor de arborização tem guiado a pasta na extirpação das árvores para que não haja um desbalanceamento ambiental e climático nos bairros goianienses. “Estamos com muito cuidado para fazer a retirada adequada das árvores conforme o estipulado no plano diretor. Sempre plantamos mais mudas quando retiramos um jamelão, por exemplo”, afirmou Ormando. 

Enquanto isso, especialistas como o engenheiro ambiental Gabriel Rocha também reconhecem o valor de tal título como um exemplo a ser seguido por outros municípios. “É muito bom saber deste reconhecimento como cidadão e especialista na área, dá até prazer de ser goianiense”, disse Gabriel.

Já o Guilherme Telles, que também é engenheiro ambiental, é mais cético quanto ao número de árvores que a cidade consegue guardar. “Esse novo plano diretor foi bom porque delimitou certos limites para o plantio, mas deixou mais permissível a construção de empreendimentos que possam causar um impacto ambiental”, diz o Guilherme.  

Sobre isso, afirmou a importância de um bom planejamento urbano alinhado com uma arborização que consiga cobrir principais áreas que necessitam de uma cobertura vegetal. “A gente precisa de um bom planejamento urbano junto com o plantio, principalmente nas zonas centrais da Capital pq tem menos árvores que causam ilhas de calor de até 2ºC.”