Dificuldade do PL para composição com UB passa por Wilder
Se Mabel terminar eleito, será uma vitória, claro, para a base governista. Base esta que estará, além de mais forte, nas ruas em favor de Daniel em 2026.
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Existem duas correntes dentro do PL goiano que, na interpretação de muitos, já caminha cada vez mais dividido em Goiânia. Uma ala é defensora nata da candidatura própria e quer que, apesar da saída do deputado federal e ex-pré-candidato Gustavo Gayer do circuito para a entrada do ex-deputado estadual, Fred Rodrigues, que o partido leve a candidatura do novo nome até o final.
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Mas há quem hesite quando diante de um possível cenário em que Fred Rodrigues não consiga angariar a mesma força de Gayer. Em uma situação hipotética como essa, alguns nomes acreditam que seria melhor tentar uma composição com a base governista e negociar, em troca do apoio, a indicação de um vice, do que investir em uma “guerra perdida”.
E é justamente nesse segundo cenário que surge o descompasso. Aqueles que compõem o segundo grupo pensam, a contragosto dos que estão no primeiro, que o PL poderia indicar o nome, por exemplo, de Mayara Mendanha, esposa do ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, para uma dobradinha com Mabel. Mendanha é, e todos sabem, importante player político na capital — liderava em todas as pesquisas quando ainda nutria o sonho de se lançar na disputa com o aval da justiça. Sendo assim, a leitura é que ter sua esposa na vice poderia “ajudar e muito” o projeto da base governista.
Mas a ideia é simplesmente intragável para figuras importantes do partidos que compõem o time de oposição ao governador Ronaldo Caiado (UB). São eles: Delegado Eduardo Prado, Paulo Cezar Martins e Major Araújo, todos radicalmente contrários à tese.
A outra ala, porém, acredita no potencial do partido para incomodar na disputa, mas, com Fred, a ideia é que pode ser difícil ‘chegar lá’, ainda que o bolsonarismo empenhe esforços em empurrá-lo.
Nesse contexto, de que lado estaria o capitão do barco? — leia-se: senador Wilder Morais, dirigente do partido em Goiás. Do lado do primeiro grupo. Ou seja, daqueles que não abrem mão de ir à guerra mesmo que ela termine perdida. Segundo interlocutores, são vários os motivos que justificam essa tese na cabeça de Wilder. A principal delas passa pela disputa de 2026. Parece longe, mas não é. E mais do que isso: qualquer decisão agora tende a respingar diretamente nas composições políticas para as eleições daquele ano.
Wilder é um dos nomes fortes para a briga política pelo governo de Goiás. Acontece que ele tem, ao menos por ora, como principal adversário, o vice-governador Daniel Vilela (MDB). O emedebista é o sucessor natural de Ronaldo Caiado e está diante de sua melhor oportunidade para agarrar o governo. Sendo assim, vai à luta com gosto de sangue.
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Ainda no campo das possibilidades, se Mabel terminar eleito, será uma vitória, claro, para a base governista. Base esta que estará, além de mais forte, nas ruas em favor de Daniel em 2026. Ou seja, é mais do que claro que para o dirigente do PL goiano a dobradinha com a base hoje poderia enfraquecer seu projeto amanhã. Sendo assim, Wilder faz coro aos nomes do PL na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) que defendem com unhas e dentes que o partido não recue, que vá a luta mesmo com as chances reduzidas após a saída de cena de Gayer.