Goiás atinge marca histórica de mil transplantes de órgãos
Procedimentos são realizados no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), em Goiânia; milésimo paciente ganhou um novo rim
Nesta semana Goiás alcançou a marca do milésimo transplante de órgãos realizados no Estado. Todos os procedimentos ocorreram no Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG, em Goiânia, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Na lista estão 940 transplantes de rim, 56 de fígado, 3 de medula óssea e 1 de pâncreas. “Cada vez mais, estamos sensibilizando o cidadão para que entenda a importância da doação de órgãos e nos ajude a continuar salvando vidas”, comentou o governador Ronaldo Caiado.
O milésimo paciente foi Antônio Batista de Freitas, de 59 anos, que recebeu um rim no último sábado, dia 29 de junho, após seis meses na fila de espera. “Quando recebi a ligação dizendo que tinha um rim para mim, achei que era um trote. Nesse momento senti a maior alegria do mundo. Agora estou me recuperando, com a certeza de que vai continuar dando tudo certo”, contou.
A cirurgia foi realizada na Central de Transplantes da unidade, totalmente reformada e modernizada em 2022, com investimento de R$ 2,8 milhões em recursos estaduais. As instalações contam com uma área de 644m², 32 novos leitos, sendo 26 para transplantes de rins, fígado, pâncreas e rim-pâncreas, e outros seis para transplante de medula óssea, proporcionando mais conforto e segurança aos pacientes. O serviço foi implantado em 2017.
O secretário-adjunto da SES, Sérgio Vencio, participou da solenidade de comemoração do marco, representando o secretário Rasível Santos. Ele fez questão de destacar que o HGG vem desenvolvendo um trabalho de referência na área ao longo do anos. “É um motivo de muita alegria e orgulho ver como esse hospital vem evoluindo constantemente.”
Já Marcelo Rabahi, coordenador técnico do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano – Idtech, organização social gestora do HGG, comentou que o hospital tem o objetivo de ampliar cada vez mais o atendimento de qualidade à população. “Vamos dar sequência aos atendimentos humanizados com dignidade e respeito, e, acima de tudo, promovendo qualidade de vida para que eles possam ter um dia a dia normal. Ainda temos muito a oferecer”, finalizou.
Doação
Ana Souza, de 38 anos, lutou contra a cirrose hepática, que progrediu rapidamente nos últimos anos. “Chegou um ponto em que eu não tinha mais forças para nada, e os médicos disseram que apenas um transplante poderia me salvar”, relata Ana. Em janeiro deste ano, ela recebeu um novo fígado. “É como se eu tivesse nascido de novo. Agradeço todos os dias pela generosidade da família doadora e pela equipe médica que tornou isso possível. Agora, posso ver meus filhos crescerem e tenho muitos planos para o futuro.”
A vida do João Pereira, de 60 anos, diagnosticado com insuficiência renal crônica há sete anos, também mudou após passar mais de quatro anos em diálise. “A vida em diálise é muito limitada. Eu não podia viajar, trabalhar direito e até brincar com meus netos era difícil”, relembra João. Em dezembro do ano passado, ele recebeu um novo rim de um doador anônimo. “Quando recebi a ligação, não consegui acreditar. Hoje, sou grato a essa família que, mesmo em um momento de dor, decidiu salvar a minha vida. Sinto-me renascido e tento aproveitar cada momento ao máximo.”
No Brasil, a doação de órgãos e tecidos só é realizada após a autorização familiar. Por isso, a melhor maneira de garantir efetivamente que a vontade do doador seja respeitada, é fazer com que a família saiba do desejo do parente falecido. Não é preciso registrar a intenção de ser doador em cartórios, nem informar em documentos. Os órgãos doados vão para pacientes que estão aguardando em lista de espera única, organizada por Estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).