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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Síndrome Respiratória

Pneumonia bacteriana: o que é e como prevenir a evolução para SRAG

Goiás já registrou 352 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) este ano, e vacinação segue abaixo do ideal

Postado em 13 de julho de 2024 por Ronilma Pinheiro
A pneumonia bacteriana

Apenas neste ano, Goiás já registrou 4.006 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 352 óbitos. Levando em consideração as últimas quatro semanas, foram 449 casos e 33 óbitos. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).

A pneumonia bacteriana, doença respiratória aguda, que provoca inflamação nos pulmões e brônquios, é uma das enfermidades que podem evoluir para uma SRAG. Os principais sintomas da doença são tosse e, geralmente, essa tosse é aguda, de início recente, ocorrendo em dias ou em uma a duas semanas. A explicação é da pneumologista Natalia Carelli, que destaca que a tosse pode ser acompanhada de escarro avermelhado, espesso ou purulento.

Outros sintomas incluem falta de ar, dor no peito e sinais gerais, como febre, calafrios, tremores, queda de pressão e aumento da frequência cardíaca. Além disso, pode haver falta de apetite, dor no corpo e fraqueza. “Esses são os sintomas da pneumonia bacteriana”, reitera a especialista.

Em caso de suspeita de pneumonia, é fundamental que o paciente procure atendimento médico imediatamente, alerta a pneumologista. “Se começar a apresentar sintomas como tosse aguda, queda do estado geral, febre, prostração, dor no corpo e escarros que podem ser purulentos ou até mesmo com sangue, a busca por um serviço de emergência é crucial”, orienta.

Ao procurar um profissional de saúde, o paciente passa por uma avaliação clínica detalhada, além de exames complementares necessários para confirmar o diagnóstico. “Essa abordagem rápida é essencial para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações”, salienta. 

O tratamento da pneumonia bacteriana é um processo crucial que envolve a utilização de antibióticos. Carelli destaca que a escolha do tratamento adequado começa com uma avaliação detalhada do paciente, levando em consideração seu histórico médico, condições pré-existentes e a gravidade do quadro clínico. “É fundamental determinar se o paciente pode ser tratado em casa ou se necessita de internação hospitalar, seja em uma enfermaria ou na UTI”, afirma.

A decisão sobre o local de tratamento é baseada em diversos fatores, incluindo a gravidade do problema, a presença de comorbidades, como doenças cardíacas ou pulmonares, e a resposta inicial ao tratamento. Pacientes com quadros mais graves, que apresentam dificuldade respiratória significativa ou instabilidade hemodinâmica, geralmente requerem monitoramento intensivo e tratamento em ambiente hospitalar.

Além disso, a escolha do antibiótico usado no tratamento é adaptada ao perfil do paciente e às diretrizes clínicas específicas. Existem várias classes de antibióticos disponíveis, e a seleção deve considerar a resistência bacteriana local, bem como as características da infecção. A especialista afirma que alguns antibióticos são mais eficazes contra cepas específicas de bactérias que frequentemente causam pneumonia.

Carelli ressalta que, embora os antibióticos sejam o pilar do tratamento, o manejo da pneumonia também pode incluir outras intervenções, como a administração de oxigênio para pacientes com dificuldade respiratória e medidas de suporte, como hidratação e controle da febre. Assim, o tratamento da pneumonia bacteriana é um processo complexo que exige uma abordagem individualizada e cuidadosa, garantindo que cada paciente receba o melhor cuidado possível de acordo com suas necessidades específicas.

A pneumonia é uma das principais causas de morte no Brasil, mas segundo a especialista, é importante ter cautela ao apresentar esses dados, pois o diagnóstico pode, por vezes, ser feito de maneira equivocada em pronto-socorros.

Os óbitos associados à pneumonia são mais frequentes em extremos de vida, como em idosos e crianças. No entanto, “é fundamental lembrar que também há um risco significativo de morte em indivíduos que não estão nesses grupos, mas que sofrem de doenças crônicas que comprometem o sistema imunológico”, afirma.

Pacientes com imunodeficiências, sejam adquiridas ou congênitas, estão particularmente em risco. Exemplos incluem aqueles com deficiência de imunoglobulinas, portadores do HIV ou com AIDS, que apresentam uma imunossupressão significativa. Além disso, pacientes em tratamento de câncer que recebem quimioterapia frequentemente experimentam uma diminuição da imunidade, tornando-os mais vulneráveis a infecções, incluindo a pneumonia.

Portanto, a prevenção e o tratamento adequado da pneumonia são essenciais, especialmente em grupos de risco. O reconhecimento precoce dos sintomas e o acesso a cuidados médicos apropriados podem fazer a diferença na evolução do quadro clínico e na redução da mortalidade associada a essa condição.

A especialista destaca que a prevenção da pneumonia começa com um controle ambiental adequado. “Muitas vezes, as pneumonias bacterianas se iniciam a partir de infecções das vias aéreas superiores, que podem, inclusive, ter um componente viral anterior”. Essas infecções servem como porta de entrada para infecções bacterianas, especialmente em pacientes que já apresentam quadros de imunossupressão.

Por isso, é essencial manter um ambiente saudável. Isso inclui garantir que os locais sejam bem arejados e, se houver alguém doente, o uso de máscara é altamente recomendado. Além disso, é importante que a pessoa em recuperação permaneça em repouso para evitar a transmissão de antígenos e agentes patogênicos para outras pessoas.

Manter as vias aéreas sempre hidratadas também é fundamental. Isso pode ser alcançado através da ingestão de líquidos, como água e sucos, e, em alguns casos, com o uso de soro fisiológico para a hidratação das mucosas das vias aéreas superiores. 

Transmissão da pneumonia bacteriana pode ser evitada

As causas da pneumonia bacteriana estão relacionadas à presença de bactérias, sendo a Streptococcus pneumoniae a principal responsável pela infecção na comunidade. Essa bactéria pode ser adquirida especialmente em pacientes com imunossupressão, que podem apresentar uma imunidade mais baixa devido a diversos fatores. Isso pode incluir infecções virais recentes ou condições crônicas, como doenças autoimunes ou o uso de quimioterapia.

Quando há uma queda nas defesas do organismo, seja momentânea ou crônica, as bactérias presentes no ambiente podem proliferar e alcançar os pulmões, resultando em uma infecção nos alvéolos. Essa infecção desencadeia um processo inflamatório que caracteriza a pneumonia.

Além dessa bactéria, existem outras que também podem causar pneumonia bacteriana. Segundo a especialista, é importante considerar o contexto em que o paciente se encontra: se ele é um paciente ambulatorial, institucionalizado ou hospitalizado, pois isso pode influenciar o tipo de bactéria envolvida na infecção.

A transmissão da pneumonia bacteriana ocorre pelo contato com as bactérias presentes no ambiente. Contudo, nem todos que entram em contato com uma pessoa infectada desenvolveram a doença. Para isso, é necessário que a pessoa tenha um estado de imunidade comprometido, que a impeça de combater a infecção. Portanto, não basta ter contato com alguém com pneumonia bacteriana; a suscetibilidade do indivíduo é crucial para o desenvolvimento da doença.

A vacinação contra pneumonia é outro pilar importante na prevenção. Existem indicações específicas para a vacinação em diferentes fases da vida, tanto na infância quanto na vida adulta e na terceira idade. Para os idosos, especialmente aqueles com mais de 60 anos, há uma recomendação formal para que todos atualizem seu esquema vacinal contra a pneumonia.

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