Goiás se destaca na produção de fosfato, níquel e terras raras, revelam dados do Ibram
As terras raras e outros minerais considerados como estratégicos são importantes para a transição energética
O Estado de Goiás é um potencial produtor de minérios, segundo dados divulgados em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Goiás ocupa a liderança a nível nacional na produção fosfato, níquel, vermiculita e se destaca na produção de cobre, ouro, bauxita, nióbio, crisotila, agrominerais, calcario agrícola e agregados para uso na construção civil. Outro aspecto importante na mineração goiana são as terras raras.
O presidente da Câmara Setorial de Mineração da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (CASMIN/FIEG), Wilson Antônio Borges, explicou que em Goiás, a companhia de mineração Serra Verde possui a primeira planta de terras raras do Brasil na região de Minaçu. “Então o nosso estado tem um potencial gigante para questão mineral. Principalmente agora para os minerais estratégicos que são terras raras, cobres. Esses minerais que vão fazer a diferença para a transição energética”. Pontua
Wilson Antônio Borges informou que as terras raras estão presentes na primeira camada da superfície, possuindo dezessete elementos químicos dos quais quinze fazem parte da tabela periódica. Ele contou também que as terras raras são uma espécie de argila laterítica que possui grandes variedades de aplicações, mas que geralmente são usadas na produção de supercondutores, magnéticos, catalisadores entre outros produtos.
“Nós estamos passando pela descarbonização[…] Esses minerais como o cobre, o níquel, a grafita, o lítio, terras raras, cobalto, são estratégicos para os avanços da descarbonização. Que é você mudar essa matriz energética hoje, que é que é combustível fóssil, para uma matriz energética mais limpa, que vai gerar uma diminuição na produção de carbono na Terra”, afirmou Wilson.
A transição energética dos combustíveis fósseis para fontes renováveis envolve a extração de minerais raros, que alimentam turbinas eólicas e centrais de energia solar. O cobre e o alumínio são utilizados em grandes quantidades nas linhas de transmissão de energia. Lítio, níquel e cobalto são componentes essenciais de baterias, como as que alimentam veículos elétricos.
“Goiás está bem posicionado, tem um ambiente muito favorável para o setor, tem apoio do governo. O próprio licenciamento ambiental foi modernizado. Então, temos visto isso como um bom momento do setor mineral em Goiás para atrair novos investidores e colocar realmente a mineração no lugar que ela precisa estar. Mineração é essencial para a nossa vida, para a vida humana, esse momento será fundamental para que aconteça essa transição energética e, consequentemente, a descarbonização do planeta”, explicou.
O secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Joel de Sant’Anna Braga Filho, explicou que a mineração é um dos pilares fundamentais da economia goiana, com participação de 30% no PIB do estado e 20% nas exportações. Ele também pontuou que Goiás é um estado rico em vários minerais.
Joel informou também que os investimentos recentes são de aproximadamente R$ 3 bilhões. O Secretário estadual contou também que o objetivo é alcançar o crescimento sustentável da mineração. “Garantindo que os recursos naturais sejam utilizados de maneira responsável e beneficiem toda a sociedade goiana”, concluiu
Em 2023, a empresa canadense, Lundin Mining, com sede em em Alto Horizonte, em Goiás, produzindo concentrado de cobre e ouro, produziu cerca de 45 mil toneladas de cobre e 59 mil onças de ouro. O valor nas exportações atingiu US$433M. Marcos Lewin, diretor de Sustentabilidade da Lundin Mining, explica que a empresa é comprometida com a mineração responsável.
O Ibram divulgou ainda que no primeiro trimestre de 2024, o setor mineral atingiu a receita de R$68 bilhões. Estados como Minas Gerais, Pará, São Paulo e Goiás, tiveram alta no faturamento.
A Ficomex, maior feira de internacionalização do Brasil, acontece nos dias 27,28 e 29 de agosto no centro de convenções de Goiânia. O potencial de crescimento mineral do estado de Goiás será um dos temas abordados durante o evento.
As inscrições para o evento são gratuitas. A programação da feira terá mais de 170 expositores de vários Países e por 7 estados do Consórcio Brasil Central, criado em 2015, por (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Rondônia). A feira terá palestras, painéis, workshops, rodadas de negócios, lançamentos.