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sábado, 10 de agosto de 2024
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Ocorrências

Aparecida lidera ranking de acidentes com pipas na rede elétrica 

Durante os meses de junho e julho, cerca de 61% das ocorrências de falta de energia são devido a pipas na rede elétrica

Postado em 16 de julho de 2024 por Ronilma Pinheiro
11 fecha Leandro Braz O Hoje
Durante os meses de junho e julho

Dados do Centro de Operações Integradas (COI) da Equatorial Goiás mostram que Aparecida de Goiânia é o município com o maior número de ocorrências envolvendo pipas na rede de energia elétrica durante o ano 2024. Foram registrados um total de 47 casos até o momento.

Goiânia aparece em segundo lugar no Ranking, com 18 ocorrências,  e Santo Antônio do Descoberto com 8. O gerente do COI, Vinicyus Lima, explica que os números não são apenas estatísticos. “São famílias, hospitais, escolas e comércios que ficam sem energia, comprometendo o dia a dia de milhares de pessoas”, alerta.

Jurandir Alves Monte Júnior, gerente técnico de manutenção e automação da Regional Metropolitana, destaca que outros municípios se destacam entre os registros, como é o caso de Senador Canedo e Trindade.

Ao comentar sobre a liderança de Aparecida, Jurandir afirma que existem alguns fatores relacionados ao alto número. Um deles é o fato de ser uma cidade com cultura interiorana onde o fluxo de pipas é maior principalmente nas regiões mais afastadas onde as crianças têm mais liberdade para se divertirem. Outro ponto destacado pelo gerente é o tipo da rede elétrica instalada na região. 

“Geralmente essas regiões mais afastadas as vezes as redes de energia são mais expostas onde o cabo é ‘nu’ que torna esse risco muito maior porque além da linha fazer o balanço do cabo onde pode ocorrer um curto-circuito, e a criança ter o contato direto com a descarga elétrica”, salienta, o gerente ao afirmar que a linha com cerol é ainda mais perigosa.

As consequências são várias a partir da condução de eletricidade por meio da linha da pipa, como queimaduras severas e até fatais. Além disso, a prática de usar cerol ou linha chilena – linhas cortantes feitas com vidro moído – é um agravante significativo, segundo a Equatorial.

Em Goiás, a lei nº 21.079, de 8 de setembro de 2021, proíbe o uso, armazenamento, fabricação e venda de linhas com cerol. “O uso de cerol e linha chilena é crime, mas mais do que isso, é uma ameaça à vida. Essas linhas podem cortar fios elétricos, causar apagões, ferir gravemente pessoas, ou pior, levar a algum acidente fatal”, reforça o gerente.

O levantamento mostra ainda que somente nos meses de junho e julho deste ano, cerca de 70 mil clientes foram afetados por interrupções no fornecimento de energia causadas por essa atividade. 

O gerente técnico explica que esses acidentes não afetam apenas o fornecimento de energia, mas também geram custos adicionais para a empresa e, consequentemente, para os consumidores, uma vez que a reposição de cabos, reparos na infraestrutura e a mobilização de equipes para solucionar os problemas causados pelas pipas precisam de custeio.

De acordo com Vinicyus Lima, além do risco do rompimento de cabos, as linhas que ficam enroscadas na rede provocam desgaste da fiação, podem ocasionar curtos-circuitos e até choques elétricos. “Nesses casos, equipes da distribuidora são mobilizadas imediatamente para realizar os reparos necessários e restabelecer o serviço o mais rápido possível.”

 Em caso de acidente envolvendo a rede elétrica, a empresa orienta que o local seja isolado para que não haja aproximação de outras pessoas e destaca que objetos ou pessoas que estejam em contato com fios da rede elétrica não devem ser retirados até que um profissional qualificado assegure que a energia foi desligada.

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