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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Economia

Juros do cartão de crédito sobem e atingem 429,5% ao ano em junho

Desde janeiro entrou em vigor a lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida

Postado em 27 de julho de 2024 por Alexandre Paes
Em 12 meses

Alexandre Paes

Os dados divulgados pelo Banco Central mostram que houve um aumento de 7,1 pontos percentuais na taxa média de juros do cartão de crédito rotativo para as famílias, subindo de 422,4% ao ano em maio para 429,5% ao ano em junho deste ano. No entanto, nos últimos 12 meses, os juros dessa modalidade diminuíram 6,3 pontos percentuais. Essas informações fazem parte das Estatísticas Monetárias e de Crédito anunciadas nesta sexta-feira.

O limite de crédito rotativo é válido por um mês e é utilizado pelo cliente quando realiza um pagamento abaixo do total da fatura do cartão de crédito. Dessa forma, ele adquire um empréstimo e passa a arcar com juros sobre o montante que não foi quitado integralmente.

A categoria com as taxas mais elevadas do segmento é a modalidade em questão. Em janeiro deste ano, passou a valer a legislação que restringe os encargos do crédito rotativo a 100% do montante devido, porém isso não influi na taxa de juros acordada no instante da liberação do empréstimo. Visto que a norma vigora apenas para novos empréstimos, não ocorreu nenhum efeito relevante na análise estatística de junho.

Após o período de 30 dias, os bancos oferecem a opção de parcelamento da quantia devida no cartão de crédito. No caso do pagamento parcelado, a taxa de juros diminuiu em 5,4 pontos percentuais no último mês e 15,6 pontos percentuais ao longo de um ano, chegando a 180,5% ao ano.

Além da queda, o resultado do crédito livre às famílias em junho foi impactado pelo recuo de 6 pontos percentuais nas operações de crédito pessoal não consignado, para 87,8% o ano, e pelo aumento de 3,1 pontos percentuais no cheque especial, para 135% ao ano.

Com isso, a taxa média de juros no crédito com recursos livres às pessoas físicas ficou em 51,7% ao ano, um recuo de 0,7 ponto percentual no mês e de 7,4 pontos percentuais em 12 meses.

Nas operações com empresas, a taxa média alcançou 20,9% ao ano, aumento mensal de 0,3 ponto percentual e queda de 1,9 ponto percentual em 12 meses. Basicamente, contribuíram para este resultado as altas mensais nas taxas médias das modalidades de cheque especial (14,1 pontos percentuais), capital de giro com prazo superior a 365 dias (1,7 ponto percentual) e cartão de crédito parcelado (13,2 pontos percentuais). 

Taxas médias

No total do crédito com recursos livres, considerando pessoas físicas e jurídicas, a taxa média de juros atingiu 39,6% ao ano em junho, com decréscimos de 0,3 ponto percentual (p.p) no mês e de 4,6 pontos percentuais em 12 meses.

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo, e se destinam, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou em 10,1% ao ano em junho, aumento de 0,2 ponto percentual no mês e recuo de 1,6 ponto percentual em 12 meses. Para as empresas, a taxa subiu 0,6 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual em 12 meses, para 12,4% ao ano. No total, a taxa média do crédito direcionado ficou em 10,6% ao ano no mês passado, acréscimo de 0,2 ponto percentual no mês e queda de 1,1 ponto percentual em 12 meses.

Com isso, a taxa média de juros das concessões de crédito, considerando todos os segmentos, segue desacelerando e alcançou 27,86% ao ano em junho, redução de 0,42 ponto percentual no mês e de 3,8 pontos percentuais em 12 meses. O pico dos juros aconteceu em maio do ano passado, quando chegou a 32,2% ao ano.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar os cortes na Selic. (Especial para O Hoje)

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