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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Preço do etanol sobe mais de 8% e gasolina tem alta de 5,6% na Capital

Combustíveis acumulam série de altas após o reajuste da Petrobras. Motoristas sentem o peso no bolso a cada litro registrado nas bombas

Postado em 27 de julho de 2024 por Alexandre Paes
Presidente do Sindiposto explica os motivos por trás dos altos preços dos combustíveis em Goiás. Foto: Tânia Rêgo/ABr

Alexandre Paes 

Os motoristas goianos têm sentido no bolso o impacto das sucessivas altas nos preços da gasolina e do etanol. Nesta quinta-feira (25), o litro da gasolina já era encontrado por até R$ 6,69 nos postos de Goiânia, enquanto o etanol custava até R$ 4,69. Esses aumentos são reflexo do reajuste recente anunciado pela Petrobras e dos contínuos aumentos nos preços do etanol nas usinas goianas.

Na capital, entre as semanas de 7 a 13 de julho e de 14 a 20 de julho, o preço médio da gasolina passou de R$ 6,04 para R$ 6,38, uma alta de 5,6%. No mesmo período, o preço médio do etanol subiu de R$ 4,04 para R$ 4,37, um reajuste de 8,1%.

Ao Jornal O Hoje, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo em Goiás (Sindiposto), Marcio Andrade, disse que a escalada nos preços é consequência do aumento de R$ 0,20 no preço da gasolina nas distribuidoras, anunciado pela Petrobras no último dia 9 de julho, e dos aumentos no preço do etanol nas usinas.

“O etanol hidratado e o anidro tiveram sucessivos aumentos nas últimas semanas. O litro do etanol hidratado nas usinas goianas passou de R$ 2,26 para R$ 2,59 nas últimas cinco semanas, e o anidro subiu de R$ 2,60 para R$ 2,90”, explica Andrade.

Ele destaca que a gasolina possui 27% de mistura de etanol anidro, o que justifica o aumento da gasolina ser maior que o anunciado pela Petrobras. “O preço vem aumentando centavos toda semana nos últimos 60 dias, e os postos seguram o reajuste enquanto podem para não repassarem todas as vezes que a distribuidora apresenta um novo valor”, afirma Andrade. “Mas chega um momento em que a diferença fica insuportável, e o repasse acontece de uma só vez.”

Andrade também aponta que o aumento da demanda por etanol contribui para os reajustes. “Com a gasolina mais cara, em vários estados o etanol passou a compensar. Em Goiás, estamos vendendo 70% de etanol e 30% de gasolina por causa da paridade favorável”, diz ele.

O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado (Sifaeg), André Rocha, acrescenta que a alta demanda por etanol está relacionada à oferta e procura no mercado. “A demanda está elevada e há uma percepção de que teremos uma safra menor este ano devido ao clima seco. Com a previsão de chuvas abaixo da média na primavera, a expectativa é que a safra termine mais cedo, no fim de outubro ou começo de novembro”, conclui.

“Cada centavo pesa”

Os motoristas goianos sentem os efeitos no dia a dia. “Toda semana a gente vê o preço aumentar. Está difícil manter o carro na rua”, comenta Rafael Souza, motorista de aplicativo em Goiânia. Ele relata que tem procurado alternativas para economizar combustível. “Tento rodar mais em horários de menos trânsito e planejar melhor as rotas para não gastar tanto.”

Mara Souto, comerciante, também se queixa dos reajustes. “Tenho que usar o carro para transportar mercadorias e as contas só aumentam. Está complicado repassar esses custos para os clientes, então o lucro diminui”, desabafa.

As perspectivas indicam que, enquanto a paridade entre gasolina e etanol for favorável ao etanol, a demanda deve permanecer alta, pressionando ainda mais os preços. Para os motoristas goianos, o desafio de equilibrar o orçamento com os custos crescentes dos combustíveis continua. (Especial para O Hoje)

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