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sábado, 10 de agosto de 2024
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Ataques

Indígenas são atacados no Mato Grosso do Sul

Um ataque armado a indígenas Guarani Kaiowá ocorreu na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, no Mato Grosso do Sul, no último sábado (3). Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos dez pessoas foram feridas, sendo duas em estado grave. O ataque aconteceu pouco depois da saída da Força Nacional do território. Os […]

Postado em 4 de agosto de 2024 por Tathyane Melo
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Foto: MPI/Divulgação

Um ataque armado a indígenas Guarani Kaiowá ocorreu na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, no Mato Grosso do Sul, no último sábado (3). Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pelo menos dez pessoas foram feridas, sendo duas em estado grave. O ataque aconteceu pouco depois da saída da Força Nacional do território.

Os relatos do Cimi indicam que jagunços armados, utilizando munição letal e balas de borracha, dispararam contra os indígenas a partir de caminhonetes. Entre os feridos, um indígena levou um tiro na cabeça e outro no pescoço. Ambos foram encaminhados em estado grave para o Hospital da Vida, em Dourados. A gravidade da situação foi intensificada pela denúncia de que a Força Nacional teria alertado os indígenas sobre o risco iminente, com um agente supostamente dizendo: “Pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer”, momentos antes do ataque.

Em resposta às denúncias, o Ministério dos Povos Indígenas enviou uma equipe ao local, acompanhada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e pelo Ministério Público Federal, para prestar apoio e assistência aos Guarani Kaiowá. A Secretaria de Saúde Indígena foi acionada para tratar os feridos menos graves. Eloy Terena, secretário executivo do MPI, pediu explicações ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a retirada da Força Nacional e solicitou a permanência do efetivo no território para evitar novos episódios de violência.

Além disso, o MPI emitiu um ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, solicitando uma investigação sobre o ocorrido. O comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar também reforçou o policiamento na região em resposta ao ataque.

O ataque de sábado ocorreu na retomada Pikyxyin, uma das sete áreas da Terra Indígena Lagoa Panambi, que foi identificada e delimitada desde 2011. Na sexta-feira (2), um dia antes do ataque, outro incidente ocorreu na mesma localidade, embora sem feridos. Na quinta-feira (1º), um ruralista armado havia sido detido pela Força Nacional.

Medidas tomadas para proteção do indígenas 

A Defensoria Pública da União (DPU) anunciou que entrará com uma representação para destituir o comando da Força Nacional em Mato Grosso do Sul, refletindo a insatisfação com a atuação da força no controle da situação. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) também se manifestou, destacando a escalada da violência contra os Guarani Kaiowá e enviando o coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) ao estado para se juntar à equipe do Ministério dos Povos Indígenas.

O MDHC está em negociações com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para melhorar a atuação da Força Nacional no controle dos conflitos, protegendo a vida das pessoas afetadas e garantindo o respeito aos direitos humanos dos povos indígenas.

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