Nesta terça-feira (6) em Hiroshima, no Japão, celebrou o 79º aniversário do primeiro ataque nuclear da história com uma cerimônia solene. Políticos locais usaram a ocasião para fazer apelos urgentes pelo desarmamento atômico, especialmente em um contexto de crescente tensão global.

Durante o evento, que ocorreu no Parque Memorial da Paz de Hiroshima, o governador Hidehiko Yuzaki fez um discurso destacando a necessidade imperiosa de eliminar as armas nucleares. “Enquanto existirem armas nucleares, há uma certeza de que elas serão usadas novamente no futuro”, alertou Yuzaki. Para ele, a erradicação dessas armas não é uma meta para o futuro distante, mas uma questão urgente que requer ação imediata devido ao risco iminente que representa para a sobrevivência humana.

A cerimônia atraiu cerca de 50 mil pessoas, incluindo o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Todos observaram um minuto de silêncio às 8h15, horário exato em que a bomba foi lançada sobre Hiroshima em 1945, acompanhado pelo som de um sino da paz. O evento aconteceu pouco depois do Japão e Estados Unidos terem reafirmado o Compromisso de Washington, que prevê a possibilidade de uso de armas nucleares pelos EUA para proteger o Japão, em resposta às crescentes tensões na região. Desde 2010, os dois países têm mantido um alinhamento em questões nucleares para fins de defesa.

Essa postura do Japão representa uma mudança significativa em relação à sua postura anterior de cautela sobre o tema, dada a sua condição de única nação que sofreu ataques atômicos. Em março, Japão e EUA propuseram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para evitar que outras nações desenvolvam ou implementem armas nucleares espaciais.

O caso de Hiroshima

Em 6 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Hiroshima, no Japão, foi bombardeada com uma bomba atômica lançada pelos Estados Unidos. Este foi o primeiro ataque nuclear da história. A bomba, chamada “Little Boy”, tinha uma potência equivalente a aproximadamente 15 quilotons de TNT.

O impacto foi devastador: a explosão destruiu grande parte da cidade, matando instantaneamente entre 70.000 e 80.000 pessoas, com muitas mais morrendo posteriormente devido a ferimentos e efeitos da radiação. Além da perda de vidas, a bomba causou enormes danos estruturais e deixou uma longa sombra de sofrimento para os sobreviventes, conhecidos como hibakusha.