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sábado, 10 de agosto de 2024
Sustentabilidade

Goiás investe R$ 20 milhões em programa sustentável para mineração

Com investimentos previstos até 2025 oriundos do Tesouro Estadual, iniciativa da SIC é pioneira no País para sustentabilidade na agricultura

Postado em 9 de agosto de 2024 por Alexandre Paes
Programa busca unir esforços públicos e privados para a implementação de práticas sustentáveis na mineração e na agricultura
Remineralizador busca equilíbrio entre fertilidade e conservação do solo, fornecendo produtividade sustentável | Foto: Tratto Agro

Com investimentos previstos de R$ 20 milhões até 2025, oriundos do Tesouro Estadual, Goiás dará um passo pioneiro no cenário nacional com o lançamento do Programa Goiano de Remineralizadores (Prorem-GO), que ocorrerá na próxima segunda (12). Esse programa busca unir esforços públicos e privados para a implementação de práticas sustentáveis na mineração e na agricultura, alinhando-se aos objetivos da Agenda 2030 das Nações Unidas e promovendo uma bioeconomia circular. 

Essa iniciativa é da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), com o apoio da Tratto Agro, primeira empresa do país a registrar um remineralizador no Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa), e diversos outros parceiros institucionais. “A proposta reafirma o compromisso do Estado de Goiás com o desenvolvimento de soluções nacionais e regionais para reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência e sustentabilidade do setor agrícola”, ressalta o secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Joel de Sant’Anna Braga Filho. 

Viabilizado pela SIC, o programa busca responder à crescente demanda do agronegócio e da agricultura familiar por novos insumos agrícolas alternativos, com destaque para os remineralizadores de solo. “Esses materiais, considerados multi-nutrientes, desempenham um papel vital na promoção da agricultura regenerativa e na preservação da segurança alimentar”, sublinha o titular da SIC. 

Reconhecido como o maior importador mundial de fertilizantes, o Brasil está na vanguarda da inovação na cadeia produtiva de remineralizadores de solos e fertilizantes silicatados. Os produtos não só contribuem para a sustentabilidade econômica e ambiental, mas também possuem um potencial significativo para melhorar a eficiência agronômica e a sustentabilidade socioambiental da produção agrícola. 

“Goiás se destaca nesse cenário como o segundo maior produtor de insumos agrícolas sustentáveis do país, com uma participação de 24% no mercado nacional e sendo pioneiro no registro desses produtos junto ao Mapa”, informa Braga Filho.

De acordo com a coordenadora do PROREM-GO, Lívia Parreira, as ações da iniciativa incluem a análise das áreas de produção mineral e os tipos de resíduos gerados, o diagnóstico e mapeamento de laboratórios aptos para a caracterização mineralógica e estudos tecnológicos, além da validação da eficiência agronômica para registro no Mapa. 

“Também são previstos estudos voltados para o sequestro de carbono, biointemperismo e monitoramento climático com o uso de remineralizadores, além de capacitação contínua e apoio a programas de pós-graduação”, explica ela. “Vale ressaltar que Goiás já possui nove produtos registrados no Mapa e a proposta inicial inclui a avaliação de 65 potenciais produtos que poderão atender a todas as regiões goianas.”

Primeiro registro é de Goiás

Goiás também se destaca como o primeiro estado brasileiro a ter registrado no Mapa o remineralizador de solos para uso na agricultura. O pó de rocha foco da pesquisa pioneira foi o Fino de Micaxisto (FMX), da empresa goiana Tratto Agro. “Na época, meu sócio notou o local onde o pó de rocha estava sendo estocado começou a nascer vegetação em volta, o que nos impressionou. Até então, esse pó de rocha não era comercializado”, relembra o CEO da empresa, Daniel Antunes.

Ele acrescenta que a empresa decidiu procurar a Embrapa Cerrados, que veio verificar o produto de perto. “Decidimos realizar uma análise, e os resultados mostraram que o pó continha potássio e micronutrientes, além de estar livre de contaminantes”, conta o CEO. 

Daniel diz ainda que foi iniciado um trabalho com a Embrapa, que foi concluído entre 2015 e 2016. “Foi nesse período que registramos o produto no Mapa. Na verdade, fomos os primeiros no Brasil a obter esse registro, tanto que a normativa criada pelo ministério se baseou em nosso estudo”, pontua.

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