Todos os dias milhares de pessoas viajam de avião no Brasil. Fazer o check-in, embarcar e pousar no destino final faz parte desse processo comum. No entanto, para 61 pessoas que saíram de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) nesta sexta-feira, 9, essa realidade foi alterada. Elas embarcaram, mas não chegaram ao destino desejado.

“Meu Deus acabou de cair um avião aqui”. Um avião acabou de cair em Vinhedo”. “Mano! um avião acabou de cair”. “Tem pessoas mortas espalhadas pelo chão” Frases como estas, acompanhadas de gritos desesperados viralizaram na internet na tarde desta sexta, após a queda de um avião da Voepass – antiga Passaredono -, no  interior de São Paulo.

Durante entrevista à imprensa, Nathalie Cicari, moradora do condomínio que fica próximo ao local da queda, deu detalhes dos momentos de horror que os moradores que testemunharam o acidente viveram. Ela conta que a aeronave começou a rodopiar no ar antes de se chocar contra o solo, criando uma nuvem de fumaça que invadiu sua casa.

“Foi assustador, tudo aconteceu muito rápido. Eu vi o avião rodopiando, depois foi uma explosão e a fumaça tomou conta de tudo”, disse. Segundo a Defesa Civil, a aeronave caiu em cima de algumas casas.

O avião bimotor, modelo ATR-72, com capacidade para 68 passageiros, saiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP), mas caiu em Vinhedo, município integrante da Região Metropolitana de Campinas. Ao todo, 61 pessoas estavam a bordo, sendo 57 passageiros e 4 tripulantes que tiveram suas vidas interrompidas pela tragédia que chocou o Brasil.

O acidente causou uma grande mobilização das autoridades locais e estaduais. O Governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, viajou às pressas para o local da queda para acompanhar de perto as operações de resgate e avaliação dos danos.

As equipes do Corpo de Bombeiros de São Paulo concluíram as ações de combate ao fogo horas após o incidente e os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML). Agora o caso é investigado pela Polícia Civil e Polícia Técnico Científica.

Análise das autoridades até o momento

De acordo com a Agência Nacional de Aviação (Anac), a aeronave não tinha restrição de voo e estava com todos os sistemas aptos para realizar a operação.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) explicou durante coletiva de imprensa que os radares de controle do espaço aéreo trabalham com informações de ondas eletromagnéticas que, uma vez captadas pela estrutura metal da aeronave, retornam com informação possibilitando que o controlador de tráfego a visualize e tenha contato com o radar. Assim, uma vez que a aeronave cai, ela perde esse contato. Foi o que aconteceu com o avião que caiu nesta sexta.

Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, destaca que todas as informações apuradas até o momento são “prematuras” e disse que as investigações vão apurar fatores humanos, ambientais e do equipamento para a queda.

Moreno informou ainda que não há registro de que a aeronave tenha relatado situação de emergência para autoridades em solo. Segundo ele, o relatório final informando as causas do acidente será divulgado no menor tempo possível, mas afirma que a investigação depende da complexidade da ocorrência.

Pronunciamento da Voepass

Por meio de nota divulgada nas redes sociais, a Voepass lamentou as mortes e disse que todos que estavam no avião morreram no local. A empresa disse ainda que prioriza a assistência aos familiares das vítimas e que colabora com as autoridades para a apuração das causas do acidente.